São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Plano de mediadores internacionais é driblar governo do Hamas

Israel aceita acordo para liberar ajuda a palestinos

Abed Omar Qusini/Reuters
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DA REDAÇÃO

O governo israelense anunciou ontem que aceita o acordo firmado pelo Quarteto do Oriente Médio na véspera, para retomar parcialmente o financiamento à Autoridade Nacional Palestina (ANP), mergulhada em grave crise financeira desde a chegada ao poder do grupo terrorista Hamas.
O Quarteto internacional de mediadores -formado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e Nações Unidas- concordou na terça-feira em criar novos mecanismos para canalizar recursos para os palestinos em um período de teste de três meses. O governo do Hamas reagiu com satisfação, afirmando que aprecia os esforços para aliviar a crise, mas criticou a iniciativa de driblar sua autoridade. "Nós tínhamos a esperança de que a decisão [do Quarteto] pudesse ser mais positiva em relação ao governo palestino, que foi eleito democraticamente pelo povo palestino", disse o Hamas em comunicado.
Israel afirmou ontem que aceita a proposta do Quarteto e que começaria a liberar parcialmente o repasse dos impostos que coleta em nome da ANP, suspenso após a vitória do Hamas, em janeiro. Mas não está claro ainda como funcionará o mecanismo a ser criado pelo Quarteto, que tem o objetivo de ajudar os palestinos a sair da crise com fundos enviados diretamente ao escritório do presidente da ANP, o moderado Mahmoud Abbas.
Os fundos internacionais constituem aproximadamente metade do orçamento da ANP. Sem eles, os cerca de 160 mil funcionários públicos palestinos já estão há quase dois meses sem salários.
Israel, que fez forte campanha para que a comunidade internacional suspendesse a ajuda aos palestinos até que o Hamas abandone o terrorismo e reconheça seu direito de existência, disse que aceita o plano sob a condição de que o grupo islâmico fique de fora. "Para nós o plano do Quarteto de dar ajuda humanitária à ANP driblando o Hamas está definitivamente okay", disse a chanceler israelense, Tsipi Livni.
Livni disse que relatou ao Quarteto que Israel poderia liberar parte dos US$ 220 milhões em impostos dos palestinos sob a condição de que a população seja beneficiada, não o governo palestino. "Israel não usará o dinheiro para os salários, mas certamente pode usá-lo para ajuda humanitária", disse a ministra.

Trégua
Depois de semanas de tensão e confronto armado entre facções rivais, o Fatah, do presidente Abbas, e o Hamas, do premiê Ismail Haniyeh, chegaram ontem a um acordo de cessar-fogo para tentar interromper a escalada de violência e impedir que os palestinos mergulhem numa guerra civil.
Também ontem, a aviação israelense realizou um ataque contra Khan Yunes, no sul da faixa de Gaza, onde funcionava um campo de treinamento de militantes. Não havia notícia de vítimas.

Com agências internacionais


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