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GUERRA AO TERROR
Total de atentados foi "substancialmente" maior do que o divulgado para provar o sucesso da estratégia do país
EUA admitem erro em relatório sobre terror
DA ASSOCIATED PRESS, EM WASHINGTON
O Departamento de Estado dos
EUA anunciou ontem que errou
ao reportar uma redução mundial
no terrorismo em seu relatório
anual, quando, na realidade, tanto
o número de incidentes quanto o
total de vítimas aumentaram consideravelmente.
Funcionários do governo tinham usado os números anunciados em abril como prova de
que a guerra ao terrorismo lançada pelo presidente George W.
Bush estava funcionando.
O relatório disse que os ataques
caíram para 190 no ano passado, o
menor nível em 34 anos, e recuaram 45% desde 2001, primeiro
ano de Bush no governo.
O secretário de Estado, Colin
Powell, disse que os erros foram
provocados pela adoção de novos
procedimentos de coleta de dados, e não por manipulação.
O porta-voz do Departamento
de Estado, Richard Boucher, disse: "Recebemos dados incorretos
e não os verificamos suficientemente. Nossos resultados preliminares indicam que os números
relativos ao total de ataques e de
mortos serão substancialmente
maiores do que o divulgado".
"Foram cometidos erros, e,
francamente, nós não os detectamos", disse Powell.
O deputado democrata Henry
Waxman havia acusado o governo de manipular os dados do relatório para fins políticos.
Ele disse que enviou um pedido
de explicações por escrito a Powell, mas afirmou não ter obtido
resposta. Boucher declarou que a
resposta estava sendo escrita e seria encaminhada.
O porta-voz de Powell disse que
os erros foram detectados em
maio, mas não explicou por que o
governo silenciou a respeito.
Uma das declarações mais freqüentes de Bush em relação a sua
política externa é que a estratégia
de combate ao terrorismo adotada a partir de 11 de setembro de
2001 estaria mostrando resultados.
J. Cofer Black, que chefia o setor
de contraterrorismo do Departamento de Estado, citou a ocorrência de apenas 190 atos de terrorismo em 2003 como "boa notícia" e
previu que a tendência continuaria neste ano.
O vice-secretário de Estado, Richard Armitage, disse na época:
"De fato, vocês encontrarão nestas páginas provas claras de que
estamos vencendo a luta".
O gabinete de Armitage não respondeu a um pedido de esclarecimentos, em vista da revelação de
que algumas das conclusões do
relatório "Padrões do Terrorismo
Global" foram imprecisas e subestimaram a realidade.
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