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MULTIMÍDIA
The New York Times - de Nova York
Premiê iraquiano "bane" más notícias
EUA - Leia o editorial de ontem
do "New York Times" sobre a
censura à Al Jazira no Iraque.
Como premiê interino, Ayad
Allawi deveria estar guiando o
Iraque em direção a eleições democráticas. Porém, em suas primeiras seis semanas, ele começou a
apresentar a mesma mentalidade
autoritária que
tem asfixiado a
democracia em
muitos países vizinhos.
Seu último alvo
é a Al Jazira, TV
cujo noticiário,
por vezes sensacionalista, é a
principal fonte de
informação não
censurada para o
mundo árabe.
Interromper o noticiário da Al Jazira não irá pôr um
freio na violência
que tem destruído
o Iraque. Mas pode livrar o premiê
Allawi do constrangimento de
tornar essa violência tão visível
Alegando que a
cobertura extensiva da Al Jazira sobre seqüestros e
outros crimes encoraja a continuação da violência, a
polícia de Allawi
fechou a agência da rede em Bagdá no sábado por pelo menos 30
dias. O escritório só poderá reabrir se a Al Jazira concordar em
mudar sua política.
Interromper o noticiário da Al
Jazira não irá pôr um freio na violência que tem destruído o Iraque
nos últimos 16 meses. Mas pode
livrar Allawi do constrangimento
de tornar essa violência tão visível
para uma audiência internacional. Pode, ainda, dar a seu governo mais liberdade para cometer
abusos de direitos humanos e
perseguir vinganças políticas pessoais em nome da restauração da
lei e da ordem.
A cobertura profissional, provocativa e partidária da Al Jazira
não tem paralelo exato nos EUA,
em parte porque o contexto jornalístico em que ela opera felizmente não tem paralelo aqui. Antes que a rede começasse a operar,
em 1996, telespectadores árabes
estavam limitados a transmissões
estatais enfadonhas e desinformativas. Agora,
dezenas de milhões de pessoas
no mundo árabe
vêem notícias que
seus governos teriam gostado de
silenciar.
Isso pôs a Al Jazira em conflito
com governos
árabes autoritários repetidas vezes -um precedente que Allawi
não deveria estar
tão ávido em seguir. A rede também atraiu críticas de funcionários americanos,
como o secretário
da Defesa, Donald
Rumsfeld, por seu
tom estridentemente nacionalista e pelos detalhes sangrentos na
sua cobertura da guerra.
Mais sensibilidade e menos estridência por parte da Al Jazira seriam certamente bem-vindos.
Mas, no conjunto, ela tem sido
uma força de mudança saudável e
crucial. Com freqüência, ela sustenta praticamente sozinha a
apresentação para o público de
ações de governos antes não
transparentes e o encorajamento
de um debate mais amplo.
O governo de Allawi deveria estar apontando a direção para um
Iraque mais democrático em um
Oriente Médio mais democrático.
Ao se mover contra a Al Jazira, está fazendo justo o contrário.
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