DA REDAÇÃO

A Líbia concordou ontem em pagar US$ 35 milhões como compensação a mais de 160 vítimas do atentado contra uma discoteca em Berlim freqüentada por militares americanos, em 1986.
A compensação atinge apenas vítimas não americanas. Morreram no ataque três pessoas -das quais duas eram soldados dos EUA. Outros 229 ficaram feridos.
Uma corte alemã apontou em 2001 que o serviço secreto líbio estava por trás do ataque à discoteca La Belle, com apoio da embaixada da Líbia. Quatro pessoas foram condenadas pelo ataque, incluindo um ex-diplomata líbio.
Segundo os advogados, os valores das compensações devem variar entre US$ 1 milhão e US$ 190 mil. A assinatura formal do acordo será em setembro, em Trípoli.
Uma eventual compensação às vítimas americanas vai depender de um acordo legal com os EUA.
O acordo foi negociado entre advogados alemães e membros da fundação de caridade do ditador líbio, Muammar Gaddafi, em mais uma tentativa de Trípoli de pôr fim a um isolamento internacional que já dura três décadas.
"É um passo adiante nas relações da Líbia com a Alemanha e a União Européia", disse o embaixador líbio na Alemanha, Said Abdulaati.
Em comunicado, Berlim disse que o governo e as empresas alemães estão prontos para ajudar na modernização da economia líbia e que uma intensificação das relações "agora é possível".
Em março, a Líbia recebeu a visita do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Antes, havia concordado em pagar US$ 2,7 bilhões como compensação às vítimas do atentado a um vôo da Pan Am sobre Lockerbie, na Escócia.
Em dezembro, Gaddafi desistiu de desenvolver armas de destruição em massa e abriu o país para inspeções internacionais.