São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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ALEMANHA

EUA dificultam julgamento de réu do 11/9

DA REDAÇÃO

Os EUA negaram ontem o acesso da Justiça alemã a membros da Al Qaeda que estão sob poder de Washington, dificultando o novo julgamento do único acusado que fora condenado -e depois solto- por envolvimento nos ataques de 11 de setembro de 2001.
O marroquino Mounir el Motassadeq, 30, havia sido condenado em 2003 a 15 anos de prisão sob a acusação de conspiração para realizar os atentados. Mas, em abril deste ano, o mesmo tribunal decidiu por sua libertação, por considerar fracas as provas que o haviam condenado.
Segundo o tribunal, ele não teve um julgamento justo porque os EUA negaram acesso a um amigo de Motassadeq, o iemenita Ramzi Binalshibh, que está sob custódia americana. Binalshibh seria o elo da Al Qaeda com a célula terrorista de Hamburgo, a que o marroquino foi acusado de pertencer e que teve papel central no 11 de Setembro. Motassadeq foi libertado da prisão, na Alemanha, com a perspectiva de ser inocentado neste novo julgamento.
Em carta à Embaixada da Alemanha em Washington, lida na corte, os EUA afirmaram que têm de proteger as fontes e os métodos dos serviços de segurança. Segundo a carta, o "acesso interativo" a prisioneiros pode atrapalhar as investigações e levar à divulgação de informações secretas.
As autoridades alemãs requisitaram aos EUA, em maio, que fosse permitido o acesso a seis testemunhas-chave, incluindo Binalshibh. Porém os EUA declararam que até informações sobre se uma pessoa está sob custódia americana é classificada como secreta.
A questão tem provocado tensão nas relações entre Alemanha e EUA e mostra as dificuldades que a guerra ao terrorismo enfrenta quando os acusados de participação em atentados são levados a tribunais comuns.


Com agências internacionais

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