São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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ESTRANHOS NO PARAÍSO

Imigrantes podem evitar consulta

Hospital dos EUA terá de questionar status de ilegais para receber verba

DO "NEW YORK TIMES"

O governo americano lançou um programa no qual oferece US$ 1 bilhão aos hospitais para que os imigrantes ilegais possam receber tratamento emergencial. Porém, para ter acesso ao dinheiro, os hospitais terão de questionar os seus pacientes sobre qual o seu status com a imigração.
Autoridades médicas e organismos de defesa de imigrantes ficaram alarmados com a medida. Eles temem que muitos dos imigrantes prefiram não ser atendidos a correr o risco de tornar público que estão ilegais no país.
Segundo uma lei aprovada em 1986, os hospitais precisam prover atendimento e tratamento médico para estabilizar a situação de saúde de qualquer paciente que, em situações de emergência, procurar ajuda, independentemente de a pessoa poder pagar -o governo federal cobre os custos se o paciente não tiver seguro médico privado.
Os defensores da nova medida argumentam que esse é apenas um mecanismo para verificar se a verba destinada a imigrantes ilegais é direcionada realmente para esse fim, e dizem que os imigrantes não correrão riscos.
Porém os hospitais foram instruídos a incluir nos arquivos do paciente cópias de todos os documentos disponíveis, como passaporte e vistos. "Não acredito que algum hospital tenha como conseguir esse tipo de informação dos imigrantes", disse Patrícia Wang, vice-presidente da associação dos hospitais de Nova York.
Paralelamente, o Departamento da Segurança Interna anunciou medidas para acelerar a deportação de imigrantes ilegais que estejam a menos de 14 dias no país e sejam localizados a uma distância inferior a 160 km das fronteiras com o México e o Canadá.
Caso sejam pegos, esses imigrantes serão deportados sem direito a apelação. Apenas os cidadãos mexicanos e canadenses ficarão imunes à nova lei, que começa a vigorar na sexta.

Mortes
Segundo a Patrulha de Fronteira em Tucson, 12 imigrantes mexicanos morreram nos últimos dias no deserto do Arizona, um dos locais mais perigosos para tentar entrar ilegalmente nos EUA. O grupo teria ficado dois dias sem água e andado cerca de 120 km.


Com agências internacionais

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