São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Após fiascos e morte, Blair poderá recuperar apoio a medidas antiterror

DE LONDRES

A ação policial que, segundo o governo britânico, impediu a trama terrorista contra a aviação civil pode dar munição ao primeiro-ministro Tony Blair contra os críticos das medidas antiterror que vigoram no Reino Unido desde 2000.
O recrudescimento das ações policiais no combate ao terrorismo, especialmente depois dos atentados que mataram 52 pessoas em Londres, em 7 de julho de 2005, provocou críticas da oposição, da mídia e de entidades de direitos humanos.
Falhas da polícia somadas à posição de "atirar para matar" culminaram no assassinato, em julho de 2005, do brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista um dia após as forças de segurança terem descoberto outro plano de atentado. Há dois meses, a polícia prendeu dois irmãos muçulmanos sob suspeita de terrorismo. Um deles foi baleado na ação. Ambos foram soltos sem nenhuma acusação.
Os erros estratégicos e a virulência das ações levaram Blair à sua maior derrota parlamentar, quando a Câmara dos Comuns recusou, em novembro passado, um pacote de medidas que, entre outras disposições, ampliava de 14 para 90 dias o prazo para a polícia manter suspeitos presos sem apresentar uma acusação formal.
Desde 2000, quando o "Terrorism Act" -a legislação que criou os mecanismos jurídicos e policiais para lidar com o terror internacional- foi aprovado pelo Parlamento britânico, quase mil suspeitos foram presos. A polícia afirma ter evitado, neste período, quatro grandes planos de ataques -o de ontem foi o quinto.


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