São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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análise

Bush manda recado político

DE WASHINGTON

O presidente George W. Bush aproveitou o suposto plano terrorista frustrado de ontem para politizar seu discurso. Falou à imprensa em Green Bay, no Estado do Wisconsin, onde se preparava para participar de um comício em favor de um candidato republicano local.
Em 276 palavras, mandou seu recado aos democratas e aos eleitores democratas -e aos indecisos, que escolherão no final do ano 36 governadores de Estado e se passam o controle do Congresso para o partido da oposição, que vem adquirindo um tom cada vez mais antibélico. De quebra, alfinetou defensores de direitos civis, que vêem com espanto o republicano usar suas prerrogativas de presidente para investir no terreno da segurança em troca das liberdades individuais.
"Tomamos várias medidas para proteger o povo americano. Mas, obviamente, não estamos completamente a salvo, porque há pessoas que ainda planejam e que ainda querem nos atingir pelo que nós acreditamos", disse.
"É um erro acreditar que não há ameaça para os EUA. E é por isso que nós temos dado aos nossos oficiais as ferramentas de que eles precisam para proteger nosso povo."
Entre essas ferramentas, estão as escutas telefônicas e vigilância de internet sem mandado judicial. Estão também ações condenáveis por parte de membros de serviços militares e de inteligência, que envolvem tortura e humilhação de suspeitos.
Ao longo do dia, republicanos soltaram informações sobre o plano frustrado, indo além do que planejaram tornar público as próprias autoridades britânicas. Entre eles, o secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff, que disse que os planos "sugeriam um ato da Al Qaeda". Estava feita a ligação. E dado o recado.
(SÉRGIO DÁVILA)


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