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análise
Bush manda recado político
DE WASHINGTON
O presidente George W.
Bush aproveitou o suposto
plano terrorista frustrado
de ontem para politizar
seu discurso. Falou à imprensa em Green Bay, no
Estado do Wisconsin, onde se preparava para participar de um comício em
favor de um candidato republicano local.
Em 276 palavras, mandou seu recado aos democratas e aos eleitores democratas -e aos indecisos, que escolherão no final do ano 36 governadores de Estado e se passam
o controle do Congresso
para o partido da oposição,
que vem adquirindo um
tom cada vez mais antibélico. De quebra, alfinetou
defensores de direitos civis, que vêem com espanto
o republicano usar suas
prerrogativas de presidente para investir no terreno
da segurança em troca das
liberdades individuais.
"Tomamos várias medidas para proteger o povo
americano. Mas, obviamente, não estamos completamente a salvo, porque há pessoas que ainda
planejam e que ainda querem nos atingir pelo que
nós acreditamos", disse.
"É um erro acreditar
que não há ameaça para os
EUA. E é por isso que nós
temos dado aos nossos oficiais as ferramentas de
que eles precisam para
proteger nosso povo."
Entre essas ferramentas, estão as escutas telefônicas e vigilância de internet sem mandado judicial.
Estão também ações condenáveis por parte de
membros de serviços militares e de inteligência, que
envolvem tortura e humilhação de suspeitos.
Ao longo do dia, republicanos soltaram informações sobre o plano frustrado, indo além do que planejaram tornar público as
próprias autoridades britânicas. Entre eles, o secretário de Segurança Nacional, Michael Chertoff,
que disse que os planos
"sugeriam um ato da Al
Qaeda". Estava feita a ligação. E dado o recado.
(SÉRGIO DÁVILA)
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