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ORIENTE MÉDIO
Filho mais velho e segurança morrem, mas líder escapa; grupo diz que atacará prédios, e Israel promete mais ações
Israel bombardeia casa de líder do Hamas
DA REDAÇÃO
Jatos militares israelenses bombardearam ontem a casa de um líder do grupo terrorista palestino
Hamas em Gaza, matando seu filho mais velho e um guarda-costas, em retaliação aos dois atentados suicidas de anteontem, que
deixaram 15 mortos.
Já o premiê palestino indicado,
Ahmed Korei, anunciou a formação de um governo de crise para
preencher o vácuo de poder nos
territórios sob controle palestino
e tentar evitar represálias ainda
mais duras de Israel.
O premiê israelense, Ariel Sharon, que encurtou uma viagem
oficial à Índia, participará de reuniões de emergência hoje quando
serão consideradas novas medidas contra os terroristas, entre
elas o exílio de Iasser Arafat, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Fontes israelenses que acompanham o premiê disseram que a retaliação aos ataques será dura e
deve ocorrer neste fim de semana.
Sharon disse que seu país "fará o
que for necessário para acabar
com o terror". Outro assessor disse que Arafat era o maior obstáculo ao processo de paz.
Durante a madrugada de hoje,
escavadeiras e jipes blindados do
Exército israelense entraram em
um acampamento de refugiados
em Rafah, sul da Faixa de Gaza, e
destruíram 15 casas.
O Exército também entrou em
Ramallah (Cisjordânia) e ordenou que fosse esvaziada a casa de
Mohammed Maslah Abou Salha,
membro do grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao movimento Fatah, liderado por Arafat. Salha está preso em
Israel.
O Hamas, principal grupo terrorista palestino, assumiu a responsabilidade pelos atentados de
anteontem e disse que começará a
atacar casas e edifícios israelenses
em resposta ao bombardeio ontem da residência de seu líder
Mahmoud Zahar. "O inimigo colherá o que plantou", disse o grupo em nota.
Uma bomba de meia tonelada
destruiu a casa em Gaza, ferindo
25 pessoas, entre elas Zahar, sua
mulher e uma de suas filhas. Elas
estariam em estado grave.
No fim de semana passado, Sharon havia dito que todos os líderes
do Hamas estavam "marcados
para morrer".
O presidente dos EUA, George
W. Bush, principal patrocinador
do novo plano de paz, disse que
ele não poderia ser abandonada
apesar dos atentados. "O plano de
paz ainda está lá. A questão fundamental é se haverá pessoas
comprometidas com a paz", disse, na Casa Branca.
Ele pressionou o novo premiê
palestino a reprimir os terroristas.
"Seu trabalho será o de assumir o
controle sobre as forças de segurança, todas as forças, e então lançá-las contra os assassinos. Se isso
acontecer, haverá progresso",
afirmou o presidente americano.
"Peço aos EUA, tenham piedade da população palestina e ajude-a a colocar fim à ocupação [israelense]", disse Korei.
Ontem, um porta-voz das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa
disse que estava por trás do atentado diante da base militar israelense perto de Tel Aviv. A admissão poderia abrir caminho para
uma ação contra Arafat.
Anteontem, explosão de um
suicida em um ponto de ônibus
de base militar perto de Tel Aviv
matou oito soldados. Horas depois, um segundo atentado num
café popular em Jerusalém matou
seis pessoas.
Após os atentados, Israel disse
que dará seguimento a sua "guerra total" contra os líderes do Hamas, iniciada após um atentado
em Jerusalém que matou 22 pessoas em 19 de agosto.
Nas últimas três semanas, 13
membros do grupo foram mortos
por mísseis israelenses disparados de aeronaves. Seis cidadãos
comuns morreram nos ataques.
O bombardeio à casa do líder do
Hamas foi realizado por aviões de
combate. "Esse crime apenas irá
intensificar o processo de resistência", disse Zahar, 58, da cama
de um hospital protegido por três
seguranças. Ele foi ferido sem gravidade, na cabeça e nas costas.
Com agências internacionais
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