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União Européia anuncia primeira missão naval
Bloco autoriza uso da força no combate à pirataria
DA REDAÇÃO
Em reunião ontem em Bruxelas, os ministros da Defesa
dos 27 países da UE (União Européia) aprovaram a primeira
missão naval da história do bloco, que foi apresentada como
"operação Atalanta".
O Conselho Europeu de Defesa autorizou o envio de quatro a seis navios acompanhados
de três a quatro aeronaves de
patrulha marítima para garantir a segurança no golfo de Áden
e "dissuadir, prevenir e reprimir" a pirataria na costa da Somália. O comandante da operação será o vice-almirante britânico Phillip Jones.
A missão européia irá começar em dezembro, em substituição a uma frota da Otan
(aliança militar ocidental)
atualmente incumbida de policiar a região. Cerca de 20 mil
embarcações passam anualmente pelo corredor do golfo
de Áden, que liga o oceano Índico com o canal de Suez e o mar
Mediterrâneo. Neste ano, ataques piratas a partir da costa da
Somália aumentaram 75%.
Por resolução adotada em
outubro pelo Conselho de Segurança da ONU, o efetivo europeu terá autorização para
usar força contra a pirataria.
Poderá deter suspeitos e os
transferir a outros países -desde que não apliquem a pena de
morte ou tratamento degradante aos prisioneiros.
Segundo fontes da presidência rotativa da UE, no momento exercida pela França, serão
protegidos navios de passageiros, cargueiros e barcos de
transporte de ajuda humanitária a refugiados na Somália. A
missão pretende policiar inclusive as águas desse país.
O Escritório Marítimo Internacional contabilizou 81 ataques de piratas na região neste
ano, com 32 navios seqüestrados. No momento, há 11 embarcações sob domínio dos piratas,
com mais de 200 tripulantes.
O caso de maior repercussão
recente é o do cargueiro ucraniano MV Faina (que navega
sob a bandeira de Belize), carregado com tanques e munições, tomado no dia 25 de setembro. Navios da 5ª Frota da
Marinha dos EUA monitoram a
embarcação, até a obtenção de
um acordo para sua liberação.
O aumento da pirataria nas
águas próximas ao chamado
"chifre da África" já mobilizara
autoridades européias. Em setembro, a UE instituiu uma
"célula de coordenação" de
combate à prática, que atua
com duas fragatas francesas e
um avião de patrulha espanhol.
Não foram revelados mais
detalhes do plano europeu, mas
o francês Hervé Morin, que
exerce a presidência rotativa do
Conselho de Defesa, assegurou
"a participação da maioria dos
grandes países marítimos" da
UE na operação.
Além da permanência dos
franceses e espanhóis que já
atuam no combate à pirataria
no golfo de Áden, o jornal espanhol "El País" noticiou a adesão
de militares de Alemanha, Holanda, Bélgica, Suécia, Chipre,
Lituânia e Grã-Bretanha.
Com agências internacionais
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