São Paulo, Sábado, 11 de Dezembro de 1999 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOGO POLÍTICO Países reafirmam o apoio a soberanias nacionais Rússia e China atacam política "intervencionista" do Ocidente
das agências internacionais Rússia e China fizeram um comunicado conjunto em que atacam a política do Ocidente de intervenção em Estados soberanos sob o pretexto de proteger os direitos humanos. A declaração foi feita ao final da visita oficial de 26 horas do presidente russo, Boris Ieltsin, a Pequim, capital chinesa. "Lutaremos contra intervenções internacionais que têm como pretexto direitos humanos e razões humanitárias e acabam destruindo a soberania de Estados independentes", diz o texto. Jiang Zemin, presidente chinês, é o único líder de uma potência mundial a apoiar a campanha russa na Tchetchênia. A política interna de russos e chineses causa controvérsia com defensores dos direitos humanos. A Rússia ataca a Tchetchênia com o que o Ocidente chama de "uso desproporcional de força". A China mantém sob rígido controle os movimentos separatistas no Tibete, dos seguidores budistas do Dalai Lama, e no Xinjiang, região no noroeste do país habitada por etnias muçulmanas, e reprime as ações da seita Fa Lun Gong, que foi proscrita. Tropas russas bombardeiam a região da Tchetchênia desde setembro sob a alegação de desalojar separatistas que querem impor um Estado islâmico no Daguestão e seriam responsáveis por uma onda de atentados a bomba que deixou 300 mortos na Rússia entre agosto e setembro. Tchetchênia e Daguestão fazem parte da Federação Russa e ficam no Cáucaso, região montanhosa do sul do país habitada por maioria muçulmana. O premiê russo, Vladimir Putin, disse que "entende e compartilha a inquietude da comunidade mundial em relação à campanha no Cáucaso", mas que não mudará a tática escolhida. Haverá eleições parlamentares na Rússia dia 19 próximo e a campanha tchetchena tem apoio da maioria da população. Russos e chineses criticam a utilização de critérios pelo Ocidente para justificar as ações internacionais. Segundo eles, os interesses dos países interventores são predominantes e não levam em conta o fator direitos humanos. Moscou e Pequim defendem que qualquer intervenção deve ser aprovada antes pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde os dois países têm poder de veto -assim como EUA, Reino Unido e França. Texto Anterior: Com o fim da campanha, país recolhe propaganda política Próximo Texto: Termina prazo para saída Índice |
|