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NARCOTRÁFICO
Governo americano diz que pacote de US$ 1,6 bi, que inclui outros 3 países, visa combater traficantes
EUA anunciam ajuda militar à Colômbia
das agências internacionais
e do "The New York Times"
O governo dos EUA anunciou
ontem um pacote de ajuda econômica e militar no valor de US$
1,6 bilhão para combater o narcotráfico em quatro países sul-americanos: Colômbia, Peru, Bolívia e
Equador.
A maior parte da ajuda, US$
1,28 bilhão, será destinada à Colômbia. Apesar do caráter emergencial, a quantia será liberada
nos próximos dois anos.
Segundo um alto funcionário
do governo americano, citado pelo jornal "The New York Times",
"o presidente acredita que ajudar
a Colômbia a enfrentar a ameaça
do narcotráfico é do interesse dos
EUA. Dada a determinação dos
narcotraficantes em solapar o governo de Bogotá, trata-se claramente de uma situação que justifica a concessão de ajuda".
O dinheiro seria destinado ao
combate ao narcotráfico, mas
também ajudaria o governo colombiano no combate aos grupos
guerrilheiros que atuam no país.
A guerrilha colombiana é uma
das que existem há mais tempo
na América Latina. Ela já se enredou com o narcotráfico.
A maior parte do pacote se destina a equipamentos militares,
para fortalecer as forças colombianas no combate aos narcotraficantes. O pacote também visa financiar o fortalecimento do sistema judiciário colombiano e ajudar a população deslocada pela
guerra civil, num momento em
que a economia colombiana passa por sua pior fase em décadas.
A maior parte do dinheiro estaria sob a direção do Departamento de Estado, e não do Pentágono.
Embora, pela proposta, 10% da
verba ficaria com o Pentágono,
existe a preocupação de que um
programa de tais dimensões amplie o envolvimento militar dos
EUA na conflito.
"É preciso indagar se esse pacote de ajuda não representa mais
um programa mal velado de contra-insurgência, programa esse
que vai aprofundar o envolvimento dos EUA nessa guerra suja", disse Carlos Salinas, da Anistia Internacional.
Apoio a Pastrana
O novo pacote financia três programas gerais. O Pentágono deve
receber US$ 144 milhões para ajudar a treinar dois batalhões adicionais voltados ao combate ao
narcotráfico. Eles iniciariam suas
operações no sul da Colômbia e
melhorariam o rastreamento dos
traficantes, com novos rádios e
outros equipamentos.
A parte maior do pacote seria
destinada à compra de helicópteros militares para ajudar a combater o narcotráfico.
A administração vem estudando a questão colombiana desde o
ano passado, quando o presidente colombiano, Andrés Pastrana,
em discurso na Assembléia Geral
da ONU, traçou uma estratégia de
US$ 7,5 bilhões para resolver a
crise do país.
O plano elaborado pelo presidente Bill Clinton responde a
muitas das solicitações incluídas
no "plano Colômbia" de Pastrana
e visa deixar claro que, em seu último ano no cargo, Clinton vê a
Colômbia como prioridade da
política externa americana.
Interesse dos EUA
A Colômbia foi contemplada
com US$ 300 milhões no orçamento deste ano, fazendo dela a
terceira maior destinatária de ajuda americana, depois de Israel e
do Egito. Com o dinheiro já destinado à Colômbia, o pacote completo de dois anos ao país totalizaria US$ 1,6 bilhão.
"Os EUA têm um profundo interesse no êxito do plano de paz e
desenvolvimento do presidente
Pastrana", afirmou ontem a secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright.
Um dos maiores proponentes
da ajuda adicional à Colômbia é o
general Barry McCaffrey, diretor
do Escritório de Política Nacional
de Controle de Drogas.
Em visita que fez à Colômbia no
verão passado, McCaffrey disse
que o país vivia uma "situação de
emergência", que a distinção entre guerrilheiros e narcotraficantes já se tornara irrelevante e que
as forças armadas nacionais, mal
equipadas e treinadas, precisavam de ajuda imediata.
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