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Apoio afegão a tropas dos EUA cresce sob Obama
DA REDAÇÃO
Além de um aumento generalizado da confiança dos afegãos no futuro, o primeiro ano
do governo de Barack Obama
contabilizou crescimento do
apoio local aos EUA e a seu esforço no Afeganistão -após
três anos de queda contínua-,
segundo pesquisa da rede ABC,
da BBC e da TV alemã ARD divulgada ontem.
Atualmente, 68% dos afegãos
apoiam a presença dos EUA no
país, contra 63% há um ano.
Outros 38% avaliam positivamente a ação dos EUA -aumento de seis pontos em relação a um ano atrás.
Um dos motivos para o forte
apoio à presença das tropas,
que contrasta com a pouca avaliação positiva, é a forte rejeição
à possível alternativa: o retorno
do Taleban. Apenas 6% dos afegãos dizem que prefeririam ser
governados pelo grupo islâmico radical do que viver no sistema atual, construído com a ajuda de Washington. E 83% avaliam que os EUA acertaram ao
invadir o país para derrubar o
regime em 2001.
O levantamento encontrou
também importante queda na
atribuição da culpa pela violência local às forças que lutam
contra os extremistas. De 36%
há um ano, caiu para 17% o número de afegãos que culpam os
EUA, a Otan (aliança militar
ocidental) e mesmo o Exército
afegão pela violência. Por outro
lado, 42% dizem crer que o responsável pela violência é o Taleban -há um ano, apenas 27%
manifestavam essa opinião.
Mas as cifras não refletem
baixa na violência; ao contrário,
a intensificação do conflito
vem preocupando mesmo os
que apoiam o aumento anunciado por Obama no número de
tropas no país. Enquanto a pesquisa era divulgada ontem, seis
soldados ocidentais -três deles
americanos- morriam no Afeganistão, no dia mais sangrento
para tropas da Otan em cerca
de dois meses.
Além disso, as altas não foram suficientes para recuperar
quedas observadas desde 2005,
quando a pesquisa anual começou a ser feita, ainda sob o governo de George W. Bush. O
apoio às tropas americanas
continua abaixo do pico de 78%
em 2006, e a avaliação da performance dos EUA no Afeganistão foi positiva em 2005 para 68% dos entrevistados.
Expectativas
O estudo ouviu 1.534 afegãos
entre 11 e 23 de dezembro e tem
margem de erro de três pontos.
Uma das mudanças mais significativas foi um aumento de
30 pontos, para 70%, no número de afegãos que dizem que o
país vai na direção correta. Outros 71% acreditam que suas vidas melhorarão daqui a um
ano, um recorde, com crescimento de 20 pontos em relação
ao ano anterior.
Em um resultado preocupante para as potências que
sustentam a tentativa do Afeganistão de se democratizar, 43%
dos cidadãos afirmam preferir
um Estado islâmico, contra
32% mais favoráveis à democracia. No leste, perto da fronteira com o Paquistão e onde se
acredita que a liderança da Al
Qaeda esteja escondida, a preferência pelo Estado islâmico
chega a 56%.
E, apesar dos indícios generalizados de fraude nas eleições
que reelegeram Hamid Karzai,
71% dos entrevistados afirmam
que a atuação do presidente é
"boa" ou "ótima", e 75% se dizem satisfeitos com o resultado
da votação. Mas a avaliação cai
se consideradas as áreas onde
os conflitos são mais intensos,
como na Província de Helmand
(sul), onde apenas 40% dão
"bom" ou "ótimo" a Karzai.
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