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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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Saqueadores destroem museu em Bagdá e levam relíquias históricas

DA REDAÇÃO

O Museu de Antiguidades de Bagdá, o mais importante do país, foi saqueado e parcialmente destruído ontem, na onde de roubos e violência que toma conta da cidade nos últimos dois dias.
O museu é o principal do país e um dos mais importantes do mundo: abriga milhares de peças de até 5.000 anos de idade da antiga Mesopotâmia -a região entre os rios Tigre e Eufrates considerada berço da civilização.
Os ladrões entraram no depósito de peças e na sala de exposições. Cerâmicas e estátuas do império assírio (séculos 9º a 7º a.C) foram roubados ou destruídos.
Entre os objetos saqueados estava uma porta de madeira do palácio do rei Sargão 2º, de 720 a.C.
"Meus colegas iraquianos tentaram tirar do museu tudo o que pudessem e estavam planejando estocar as peças numa mesquita. Acho que não deu certo", disse à Folha a arqueóloga Eleanor Robson, da Universidade de Oxford.
Vizinhos do museu disseram a uma repórter da France Presse que viram soldados americanos levarem peças em caixas de madeira depois da sua entrada na cidade, na última terça-feira.
Dos arquivos do museu também não restou nada: fotografias antigas, slides, documentos e livros estavam espalhados pela sala, queimados ou rasgados.
Os americanos assistiram impassíveis. A proteção ao legado cultural em guerras é regulamentada por um acordo da Unesco de 1954, que os EUA não ratificaram. "Eles não são legalmente obrigados a proteger", diz Robson.


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