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EUA adiam acordo com Chile por causa da oposição chilena à guerra
DE WASHINGTON
O Departamento de Comércio
norte-americano, seguindo ordens do Departamento de Estado,
decidiu adiar a assinatura de um
acordo comercial entre os EUA e
o Chile por causa da posição do
governo chileno em relação à
guerra no Iraque.
O acordo, negociado nos últimos dois anos, deveria ser assinado em maio, quando o presidente
chileno, Ricardo Lagos, viajaria a
Washington.
Anteontem, o representante comercial dos EUA, Robert Zoellick,
disse que agora não há mais um
"cronograma específico" para o
fechamento do acordo.
"As pessoas estão desapontadas", disse Zoellick, referindo-se à
negativa do Chile em apoiar a
guerra contra o Iraque no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O país está ocupando uma
das nove cadeiras rotativas do órgão decisório da ONU.
Lula
Questionado ontem se considerava correto usar a agenda comercial como instrumento de pressão
contra países que se opõem à política externa americana, o representante comercial-adjunto dos
EUA, Peter Allgeier, disse que o
Departamento de Comércio "não
é o responsável pela política externa. Ela é definida no Departamento de Estado. Nós simplesmente
seguimos a direção dada por
eles". "Nenhum país isola completamente a política econômica
da política externa", justificou
Allgeier.
Sobre o fato de o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva,
ter se manifestado contra a guerra, Allgeier afirmou apenas que o
clima entre os dois países é de
"cooperação".
Disse, no entanto, que há "um
certo nível de incerteza" em relação ao peso que o Brasil vai dar à
negociação da Alca (Área de Livre
Comércio das Américas).
"Lula tem dado uma ênfase
muito forte ao Mercosul. Vamos
ver como isso vai funcionar", disse Allgeier, que participou de uma
teleconferência a partir da cidade
de Puebla, no México, onde funciona um novo escritório para a
discussão da Alca.
Brasil e Estados Unidos são co-presidentes das negociações para
a formação da Alca, prevista para
funcionar a partir de 2005.
(FCz)
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