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ISRAEL
Premiê pedirá apoio ao presidente Bush nesta semana
Partido de Sharon marca data para referendo sobre retirada de Gaza
DA REDAÇÃO
O plano do premiê de Israel,
Ariel Sharon, para a retirada unilateral do Exército israelense da
faixa de Gaza e a evacuação de
mais quatro assentamentos na
Cisjordânia será submetido a um
referendo entre os membros de
seu partido, o Likud (centro-direita), em 29 de abril.
Com o referendo, Sharon espera obter apoio de setores mais
moderados de seu partido contra
grupos absolutamente contrários
a qualquer retirada.
Mas a aprovação da proposta
está longe de estar assegurada,
pois o Likud está bastante dividido em relação ao plano. Se ganhar, o premiê ainda precisará
obter aprovação do gabinete e do
Knesset (Parlamento de Israel).
A data do referendo foi decidida
um dia antes de Sharon viajar para Washington, onde ele buscará
apoio do presidente dos EUA,
George W. Bush. Os dois devem
se reunir na próxima quarta-feira.
O referendo de 29 de abril entre
200 mil membros do Likud é crítico para Sharon. O premiê comprometeu-se a respeitar o resultado da votação. Se perder, a pressão para que ele saia do cargo poderá crescer.
Ontem, Sharon disse que a retirada de Gaza ajudaria a segurança
de Israel, melhoraria sua imagem
na comunidade internacional, estimularia a economia e reforçaria
os esforços de paz. "Não há dúvida de que esse plano abre um novo caminho, no futuro, para o
processo de paz", disse.
O premiê precisará do apoio
americano mesmo se ganhar o referendo. Vários ministros afirmaram que não apoiarão o premiê se
não houver suporte dos EUA. Segundo a imprensa local, a votação
no gabinete será no dia 2 de maio;
no Parlamento, um dia depois.
Sharon enviou vários conselheiros para Washington no final de
semana para trabalhar nos detalhes finais da agenda do encontro
com Bush.
Funcionários de Israel, que pediram para não serem identificados, afirmaram que eles esperam
que os EUA se comprometam a
não exigir que Israel abandone
completamente a Cisjordânia. Israel também quer assegurar que
os milhões de refugiados palestinos e seus descendentes sejam
impedidos de retornar para Israel.
Os americanos afirmaram que
apóiam a proposta da retirada
unilateral de Gaza, mas somente
como parte de um plano de paz
internacional mais abrangente,
que inclui a criação de um Estado
palestino independente ao lado
de Israel, com as fronteiras negociadas entre as duas partes.
Os palestinos exigem que a saída de Gaza seja parte desse plano
mais amplo e querem uma evacuação maior na Cisjordânia do
que a proposta por Sharon.
O ministro palestino Saeb Erekat disse que essas preocupações
já foram transmitidas para os mediadores americanos. Ele afirmou
que os EUA asseguraram que não
tomarão nenhuma atitude que
possa prejudicar um acerto final.
Diante do acirramento da crise
no Iraque, o governo americano
quer mostrar, a seus aliados árabes, progresso nas negociações
sobre o conflito israelo-palestino.
Hoje, Bush deve se encontrar com
o presidente do Egito, Hosni Mubarak. No final do mês, líderes palestinos e da Jordânia devem se
encontrar com funcionários da
Casa Branca.
A evacuação de todos os 21 assentamentos judeus em Gaza está
entre as medidas unilaterais que,
na falta de um acordo de paz, Sharon propôs para separar Israel e
palestinos. Funcionários israelenses afirmam que o país continua
comprometido com a paz, mas
que não há nenhum parceiro confiável no lado palestino.
Em um sinal da pressão interna
sobre Sharon, o ministro da Agricultura, Israel Katz, do alto escalão do Likud, anunciou ontem
que ele poderá se opor ao plano
de retirada. Pela manhã, cerca de
400 pessoas que vivem em assentamentos judeus na faixa de Gaza
protestaram contra a saída de Gaza diante da propriedade de Sharon no deserto do Negev (sul).
Com agências internacionais
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