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GUERRA SEM LIMITES
Agentes espionaram responsáveis pelos atentados, mas foram transferidos para missões "mais importantes"
Britânicos deixaram terroristas escaparem
DA REDAÇÃO
O MI5, serviço secreto britânico, chegou a espionar dois dos
quatro suicidas responsáveis pelos atentados de Londres de 7 de
julho do ano passado. Segundo
relatório revelado ontem por uma
comissão parlamentar, eles não
foram investigados até o fim porque os agentes foram transferidos
para outras missões.
A comissão de Inteligência e Segurança do Parlamento revelou
"furos" do serviço de espionagem
no monitoramento das possíveis
ameaças terroristas contra o Reino Unido. Mas a conclusão da comissão foi a de que não havia indícios de que os erros da inteligência pudessem ter prevenido os
atentados, que mataram 52 pessoas e deixaram cerca de 700 feridos.
Antes dos atentados, o serviço
de inteligência vigiava os dois terroristas, mas eles não eram "prioritários". Mohammad Sidique
Khan e Shehzad Tanweer estavam
entre os quatro militantes islâmicos britânicos que colocaram
bombas em três trens do metrô e
em um ônibus de dois andares.
Khan era o líder do grupo.
"Como havia outras prioridades, incluindo a necessidade de
interromper planos conhecidos
para atacar o Reino Unido, foi decidido não investigá-los ou identificá-los", diz o relatório.
Segundo o mesmo relatório, o
número de suspeitos de terrorismo conhecidos pela inteligência
britânica aumentou muito a partir dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. Os suspeitos passaram de 250 para 800.
Herói
Em um vídeo apresentado logo
depois de sua morte, Khan saudava o líder da rede terrorista Al
Qaeda, o saudita Osama Bin Laden, como seu herói, e afirmava
que os ataques continuariam enquanto "atrocidades" fossem cometidas contra os muçulmanos."
Tanto Khan quanto Tanweer
passaram algum tempo no Paquistão, e acredita-se que eles tenham tido contato com membros
da Al Qaeda. Mas a comissão não
chegou a nenhuma conclusão
quanto à participação da rede terrorista nos atentados.
"Meu pressentimento é que o
atentado foi planejado aqui no
Reino Unido", disse o diretor da
comissão, Paul Murphy.
"É muito preocupante que essas
conspirações sejam tramadas em
nossas cidades, com maneiras
muito fáceis de fazer bombas e
matar tanta gente."
O ministro do Interior, John
Reid, afirmou que, mesmo com
mais recursos e mais investigações, seria "improvável" que todos os futuros ataques fossem
prevenidos.
Reid apresentou ao Parlamento
novas descobertas sobre os atentados. As bombas foram feitas
com materiais facilmente disponíveis e a operação completa custou menos de 8.000 libras (R$
30.000).
O ministro contou aos deputados que tem sido muito difícil defender o Reino Unido contra o
terrorismo perpetrado por "cidadãos britânicos comuns com
pouca história de extremismo,
menos ainda passado violento."
Com agências internacionais
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