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Fortalecimento do Hizbollah preocupa governo israelense
DO ENVIADO ESPECIAL A JERUSALÉM
O fortalecimento do Hizbollah preocupa Israel, que teme
ver os guerrilheiros do grupo de
volta à sua fronteira -o que
anularia uma das poucas conquistas do Exército israelense
na Guerra do Líbano.
Depois de 33 dias de combates em meados de 2006, Israel
retirou-se do sul do Líbano sob
a condição de que o Hizbollah
passasse o controle da região às
forças da ONU (Unifil) e ao
Exército libanês.
Ninguém nos serviços de inteligência israelense duvida de
que o Hizbollah se recuperou
totalmente dos pesados bombardeios sofridos em 2006.
Mais que isso: a estimativa é de
que o grupo triplicou seu arsenal de mísseis desde então.
Até hoje o Hizbollah não desrespeitou a Resolução 1.701 da
ONU, que pôs fim à guerra de
2006 ao determinar o afastamento dos militantes xiitas da
fronteira com Israel. Mas analistas acham que seu fortalecimento militar e o avanço político dos últimos dias podem ser
uma tentação para o líder do
grupo xiita, Hassan Nasrallah.
"Diante de um Exército libanês fraco e uma Unifil hesitante, Nasrallah pode querer voltar à fronteira", aposta o analista do jornal "Haaretz" Amos
Harel. "Para Israel, preocupado
com a investigação do premiê e
aparentemente se preparando
para eleições, isso poderá ser
um sério desafio, num momento nada apropriado."
O premiê Ehud Olmert, que
está sendo investigado por suspeita de ter recebido doações
ilegais de campanha, não comentou a escalada de violência
no país vizinho. Mas fontes do
governo manifestaram preocupação com a situação libanesa.
A guerra civil no Líbano
(1975-1990) teve ampla participação de Israel a partir de 1982,
quando seu Exercito invadiu o
país para conter os ataques de
militantes da OLP (Organização para a Libertação da Palestina). Israel ocupou o sul do Líbano até 2000, quando se retirou unilateralmente.
"Tudo o que acontece no Líbano tem repercussão em Israel", diz o analista militar Uzi
Eilam, do Instituto de Estudos
Estratégicos da Universidade
de Tel Aviv. Ainda assim, ele
não prevê uma escalada imediata entre os dois países como
resultado da crise. "O objetivo
do Hizbollah no momento parece ser aumentar seu poder interno, não desafiar Israel."
(MN)
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