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Juiz chileno alega falta de prova e nega extradição de Fujimori
DA REDAÇÃO
Um juiz da Corte Suprema do
Chile decidiu ontem negar o
pedido de extradição de Alberto Fujimori, argumentando
que o governo peruano não
conseguiu provar que o ex-presidente do país participou de
atos de corrupção nem que ordenou a ação de esquadrões da
morte durante sua gestão
(1990-2000).
A decisão sobre Fujimori, 68,
que cumpre prisão domiciliar
no Chile, ainda terá de ser ratificada pela 2ª Sala Penal da
Corte Suprema do país, que deve se pronunciar em um prazo
mínimo de três meses. Na
maioria dos casos, o pleno do
tribunal segue a decisão do juiz.
Em nota, o ex-presidente peruano disse ter recebido a sentença "com alegria, mas ao
mesmo tempo com prudência".
"Perdemos a batalha, não a
guerra", afirmou a ministra da
Justiça peruana, María Zavala,
que se disse "surpresa".
O Peru considerava certa a
extradição de Fujimori desde
que a procuradora da Corte Suprema chilena, Mónica Maldonado, emitiu, há um mês, um
parecer acolhendo as acusações contra o ex-presidente.
Mas para o juiz chileno Orlando Álvarez, autor da sentença de ontem, não há provas da
participação de Fujimori nos 12
crimes a ele atribuídos, entre
eles o de ordenar a tortura e o
seqüestro de opositores. A sentença foi criticada por grupos
de direitos humanos no Peru.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, reagiu ao mal-estar. "Não há nenhuma razão
para que uma decisão da Justiça, de qualquer tipo, afete as relações [com o Peru]. Quero desmentir taxativamente que houve pressões [do Executivo para
a sentença]."
Após deixar a Presidência,
Fujimori ficou cinco anos refugiado no Japão -ele tem cidadania peruana e japonesa. Em
novembro de 2005 viajou ao
Chile, onde foi preso. Desde então aguarda, em uma mansão
nos arredores de Santiago onde
cumpre prisão domiciliar, a decisão sobre sua extradição.
No mês passado, ele anunciou que é candidato ao Senado
do Japão, nas eleições de 29 de
julho, provocando críticas de
ONGs japonesas.
Com agências internacionais
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