São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Juiz chileno alega falta de prova e nega extradição de Fujimori

DA REDAÇÃO

Um juiz da Corte Suprema do Chile decidiu ontem negar o pedido de extradição de Alberto Fujimori, argumentando que o governo peruano não conseguiu provar que o ex-presidente do país participou de atos de corrupção nem que ordenou a ação de esquadrões da morte durante sua gestão (1990-2000).
A decisão sobre Fujimori, 68, que cumpre prisão domiciliar no Chile, ainda terá de ser ratificada pela 2ª Sala Penal da Corte Suprema do país, que deve se pronunciar em um prazo mínimo de três meses. Na maioria dos casos, o pleno do tribunal segue a decisão do juiz.
Em nota, o ex-presidente peruano disse ter recebido a sentença "com alegria, mas ao mesmo tempo com prudência". "Perdemos a batalha, não a guerra", afirmou a ministra da Justiça peruana, María Zavala, que se disse "surpresa".
O Peru considerava certa a extradição de Fujimori desde que a procuradora da Corte Suprema chilena, Mónica Maldonado, emitiu, há um mês, um parecer acolhendo as acusações contra o ex-presidente.
Mas para o juiz chileno Orlando Álvarez, autor da sentença de ontem, não há provas da participação de Fujimori nos 12 crimes a ele atribuídos, entre eles o de ordenar a tortura e o seqüestro de opositores. A sentença foi criticada por grupos de direitos humanos no Peru.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, reagiu ao mal-estar. "Não há nenhuma razão para que uma decisão da Justiça, de qualquer tipo, afete as relações [com o Peru]. Quero desmentir taxativamente que houve pressões [do Executivo para a sentença]."
Após deixar a Presidência, Fujimori ficou cinco anos refugiado no Japão -ele tem cidadania peruana e japonesa. Em novembro de 2005 viajou ao Chile, onde foi preso. Desde então aguarda, em uma mansão nos arredores de Santiago onde cumpre prisão domiciliar, a decisão sobre sua extradição.
No mês passado, ele anunciou que é candidato ao Senado do Japão, nas eleições de 29 de julho, provocando críticas de ONGs japonesas.


Com agências internacionais


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