São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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EUA preparam ataque contra milícia em Najaf

DA REDAÇÃO

Depois de passar um dia inteiro planejando um ataque derradeiro contra a milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr em Najaf, a cidade sagrada xiita que voltou a ser um foco de violência, as forças americanas voltaram atrás -pelo menos temporariamente.
Em Bagdá, um carro-bomba explodiu em um mercado, matando seis iraquianos e ferindo dez, segundo hospitais locais. O Ministério da Saúde informou que quase 40 iraquianos morreram em confrontos desde terça-feira e 230 foram feridos. O número não inclui baixas em Najaf.
Segundo o jornal "The New York Times", os comandantes militares americanos disseram que o adiamento ocorreu porque o ataque a Najaf, embora possa ocorrer a qualquer momento, precisa ser mais bem planejado. Os EUA temem que invadir a cidade, que agrupa alguns dos principais templos xiitas, provoque um levante nacional no Iraque, onde mais de 60% da população segue essa corrente muçulmana.
"As forças iraquianas e americanas estão fazendo os preparativos finais para acabar com a luta que a milícia de Moqtada começou", disse o coronel Anthony Haslam, comandante da 11ª Unidade Expedicionária da Marinha em Najaf, em um comunicado emitido mais cedo. Ele não deu detalhes.
A milícia de Al Sadr, conhecida como Exército Mehdi, e as forças dos EUA entraram ontem no sétimo dia de combate, um dia após os EUA exortarem a população civil a deixar a cidade prevendo uma escalada ainda maior da violência. Os confrontos recrudesceram na semana passada, após dois meses de trégua, e, segundo o comando americano, deixaram mais de 350 insurgentes mortos.
Al Sadr, por sua vez, exortou seus seguidores a seguir combatendo as forças americanas, enquanto os líderes de sua milícia ameaçaram atacar os principais oleodutos no sul do país, pelos quais escoa a produção iraquiana de petróleo, essencial para a estabilidade do mercado petroleiro mundial. "Se as forças americanas atacarem Najaf, vamos explodir os oleodutos", disse Asaad al Basri, líder do Exército Mehdi em Basra, no extremo sul do Iraque.
A escalada de violência ameaça a Conferência Nacional Iraquiana, marcada para este sábado, na qual devem ser escolhidos os membros da futura Assembléia Nacional interina, que por sua vez deve redigir a nova Constituição.
Paralelamente, segue a onda de seqüestros de estrangeiros no país. Ontem, um website islâmico colocou no ar imagens da suposta decapitação de um homem que os assassinos disseram ser "Um agente da CIA no Iraque".
No entanto uma fonte da agência de notícias France Presse no governo americano desmentiu a identidade da vítima. "O homem no vídeo não trabalha para a CIA", disse a fonte, que pediu para não ser identificada.


Com agências internacionais


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