São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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"Seria bom para o Irã um gesto humanitário"

DO RIO

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o "gesto humanitário" de libertação de Sakineh Ashtiani "seria bom para o próprio Irã, para a posição que ele tem no mundo".
Amorim foi evasivo quando questionado se sabia de uma resposta oficial do Irã à oferta de asilo feita pelo presidente Lula no dia 1º, e que oito dias depois foi transmitida às autoridades iranianas pelo embaixador Antônio Salgado.
Disse que "talvez eles [os iranianos] estejam considerando resposta oficial" os comentários feitos "em nível diplomático" e que argumentam que Sakineh foi condenada como cúmplice do homicídio do marido, além do adultério.
Acrescentou não ter informações para entrar no mérito dessa alegação.
"O fato é que a situação dessa moça, em função da ameaça de apedrejamento e do suposto delito de que é acusada, é uma coisa que choca a sensibilidade brasileira, como choca a sensibilidade do mundo inteiro."
Amorim indicou que o interesse brasileiro na mediação passa sobretudo pela questão nuclear. "Foi aquele [problema] em que mais nos detivemos e vamos continuar a fazer isso porque é bom para a paz mundial."
Ele cobrou do P5+1 (as cinco potências do Conselho de Segurança e a Alemanha) que defina se quer voltar a negociar com o Irã o acordo de troca do estoque de urânio levemente enriquecimento por combustível para o reator de pesquisa iraniano.
"Existe um começo de conversa. O Irã tem dito que quer voltar à negociação, tenho ouvido de vários países do Ocidente que querem, outros não são tão claros."
Na semana passada, jornalistas saíram de uma conversa com o presidente americano, Barack Obama, com versões díspares sobre o tema: parte disse que ele está aberto ao diálogo, outros que acha que o Irã está decidido a fazer a bomba.
O chanceler voltou a dizer que o Brasil ratificou as sanções ao Irã aprovadas pelo Conselho de Segurança porque a Carta da ONU especifica que as decisões do órgão são mandatórias.


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