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"Seria bom para o Irã um gesto humanitário"
DO RIO
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
disse que o "gesto humanitário" de libertação de Sakineh Ashtiani "seria bom para o próprio Irã, para a posição que ele tem no mundo".
Amorim foi evasivo
quando questionado se sabia de uma resposta oficial
do Irã à oferta de asilo feita
pelo presidente Lula no dia
1º, e que oito dias depois foi
transmitida às autoridades
iranianas pelo embaixador
Antônio Salgado.
Disse que "talvez eles [os
iranianos] estejam considerando resposta oficial" os
comentários feitos "em nível diplomático" e que argumentam que Sakineh foi
condenada como cúmplice
do homicídio do marido,
além do adultério.
Acrescentou não ter informações para entrar no
mérito dessa alegação.
"O fato é que a situação
dessa moça, em função da
ameaça de apedrejamento e
do suposto delito de que é
acusada, é uma coisa que
choca a sensibilidade brasileira, como choca a sensibilidade do mundo inteiro."
Amorim indicou que o interesse brasileiro na mediação passa sobretudo pela
questão nuclear. "Foi aquele [problema] em que mais
nos detivemos e vamos continuar a fazer isso porque é
bom para a paz mundial."
Ele cobrou do P5+1 (as
cinco potências do Conselho de Segurança e a Alemanha) que defina se quer voltar a negociar com o Irã o
acordo de troca do estoque
de urânio levemente enriquecimento por combustível para o reator de pesquisa iraniano.
"Existe um começo de
conversa. O Irã tem dito que
quer voltar à negociação, tenho ouvido de vários países
do Ocidente que querem,
outros não são tão claros."
Na semana passada, jornalistas saíram de uma conversa com o presidente
americano, Barack Obama,
com versões díspares sobre
o tema: parte disse que ele
está aberto ao diálogo, outros que acha que o Irã está
decidido a fazer a bomba.
O chanceler voltou a dizer que o Brasil ratificou as
sanções ao Irã aprovadas
pelo Conselho de Segurança porque a Carta da ONU
especifica que as decisões
do órgão são mandatórias.
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