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"Arapongas" vão monitorar Brasil
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
As Forças Armadas e a Abin
(Agência Brasileira de Inteligência) vão monitorar possíveis reflexos no país do ataque terrorista
ocorrido nos Estados Unidos.
Ontem, o ministro da Defesa,
Geraldo Quintão, reuniu-se com
os comandos da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, em
Brasília, para pedir que seus respectivos centros de informação
produzam relatórios sobre qualquer assunto relacionado com o
atentado.
A Abin, ligada ao Gabinete de
Segurança Institucional, também
foi acionada para acompanhar
eventuais grupos suspeitos.
Teme-se uma onda de ataques
no Brasil e em outros países, em
represália ao ato terrorista.
Ontem, as Embaixadas americana e israelense, em Brasília, tiveram a segurança reforçada por
policiais federais. O mesmo aconteceu em outras capitais do país,
como São Paulo e Rio de Janeiro,
onde há consulados.
Em nota oficial, o ministro
Quintão lamentou as mortes no
atentado terrorista e disse que ""os
países, com certeza, terão de rever
seus sistemas de defesa".
No início da tarde, o comando
da Aeronáutica determinou que
houvesse mais rigor na fiscalização do embarque de passageiros,
em todos os aeroportos do país, e
que o controle por radar do espaço aéreo fosse intensificado.
Outra medida foi a liberação das
pistas de pouso de vôos nacionais
para aeronaves de rotas internacionais que não puderam descer
nos EUA. Até o fim do dia, a Aeronáutica não havia divulgado
quantos aviões se utilizaram dos
aeroportos brasileiros.
Contenção
No meio da tarde de ontem, começou a se desenhar em São Paulo um plano de proteção a consulados e entidades, tidos na capital
paulista como prováveis alvos de
terroristas, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública.
Policiais militares e civis foram
mobilizados para vigiar esses
pontos por tempo indeterminado. O efetivo, no entanto, não foi
divulgado pelo governo. O patrulhamento da região daria prioridade a pontos estratégicos.
""Não temos histórico de atentados no país, mas também não podemos negligenciar o risco", afirmou ontem o tenente-coronel Renato Penteado Perrenoud, porta-voz da PM paulista, ao explicar
que o plano de contingência pode
crescer dependendo das ocorrências que aparecerem. Até o início
da noite, a polícia não tinha registrado nenhum incidente.
Houve aumento de efetivo policial perto do Consulado americano e israelense, do Clube Hebraica, no Jardim Europa, do Círculo
Macabi, e perto dos aeroportos de
Congonhas, na capital, e de Guarulhos (Grande São Paulo).
Imigrantes
Os imigrantes legais representam cerca de 5% da população do
município de São Paulo, segundo
a Polícia Federal. São 520 mil.
Americanos e israelenses, os
que estão recebendo proteção, somam 20 mil pessoas na capital,
sem contar descendentes que se
fixaram no país há anos.
Levantamento da Polícia Federal mostra que a comunidade
americana forma o sexto maior
""gueto" de estrangeiros em São
Paulo, no Jardim Paulista. Os israelenses estão em Higienópolis.
Logo que as imagens do atentado passaram na TV, o Consulado
americano, no Jardim Paulista, e o
Citibank, na avenida Paulista, fecharam. A PM coordenou o trânsito ali, durante a desocupação.
Leia mais sobre os atentados nos EUA na Folha Online
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