São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Pelo menos 5 morrem em atentados em Bagdá e Basra

Corte dos EUA condena 2º por tortura em Abu Ghraib

DA REDAÇÃO

O primeiro membro dos serviços de inteligência militar dos Estados Unidos a ser julgado pelo escândalo na prisão iraquiana de Abu Ghraib foi condenado ontem por uma corte marcial norte-americana em Bagdá a oito meses de prisão, além de ter sido expulso da corporação por má conduta. Armin J. Cruz, 24, de Plano (Texas), declarou-se culpado pouco após a corte marcial ter aberto a audiência, em Bagdá, às 9h30 locais (2h30 de Brasília).
O soldado do 502º batalhão de Inteligência militar foi denunciado por ordenar outros companheiros de farda a obrigar os detentos a se despirem com as mãos algemadas e a se arrastarem nus no chão da penitenciária, segundo o auto de acusação.
Ele também foi acusado de conspiração com a Polícia Militar para poder dissimular as torturas contra os prisioneiros iraquianos e de ter maltratado subordinados para que não revelassem o que acontecia no local.
Em maio, Jeremy C. Sivits, da 372ª companhia da Polícia Militar, já fora considerado culpado da acusações de maus-tratos de prisioneiros iraquianos, negligência por não proteger prisioneiros sob sua custódia, assim como de crueldade e abuso de poder. Sivits fui condenado a um ano de prisão, redução de posto de "especialista" a soldado raso e expulsão do Exército por má conduta.
Em Basra, duas pessoas morreram e três se feriram depois que uma bomba explodiu perto da Embaixada dos EUA.
Em Bagdá, pelo menos um iraquiano morreu e outros quatro ficaram feridos após a explosão de um artefato de fabricação caseira no bairro de Al Karrada, segundo informou o Exército dos EUA. Moradores afirmam que o número de mortos é de pelo menos dois. O impacto da explosão destruiu vários carros e quebrou os vidros de muitas casas ao redor.
Em Baquba (sul), um general da Guarda Nacional e seu motorista morreram depois que o carro em que seguiam foi metralhado por atiradores. Na mesma cidade, a mulher e os três filhos de um chefe da uma das forças especiais iraquianas foram seqüestrados por homens armados, em Baquba (90 km ao norte de Bagdá).
Em Roma, dezenas de milhares de pessoas carregando velas participaram de uma manifestação silenciosa para pedir "a libertação das duas Simona", as duas jovens italianas seqüestradas em Bagdá.
Autoridades sunitas iraquianas disseram que se trata de "um genocídio" os ataques dos EUA contra as cidades de Tall Afar (norte) e Fallujah, na quinta-feira.
Em uma palestra no Clube de Imprensa de Washington, o secretário de Estado dos EUA, Donald Rumsfeld, previu um aumento dos ataques dos rebeldes, que querem levar ao fracasso o processo eleitoral iraquiano. "Daqui até o fim do ano os terroristas se mostrarão determinados a impedir que as eleições [previstas para janeiro de 2005] se realizem. E irão aumentar o nível de violência nesse período", disse.
A Federação Internacional de Ligas de Direitos Humanos (FIDH) pediu ontem, em uma carta aberta, que o próximo presidente dos EUA [a ser eleito em 2/ 11] mude a estratégia na luta contra o terrorismo, já que o atual teria se mostrado, segundo o documento, "um desastre humano e político" no Afeganistão e Iraque.
O último contingente de tropas tailandesas, de cem soldados, deixou o Iraque na sexta-feira após cumprir sua missão humanitária


Com agências internacionais

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