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Treino da Guarda Costeira assusta Washington
Tiros disparados em exercício causam temor no dia do oitavo aniversário de ataques do 11 de Setembro
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Um exercício de treinamento
da Guarda Costeira no rio Potomac, em Washington, causou
confusão e assustou os americanos no dia do aniversário de
oito anos do 11 de Setembro.
O presidente dos EUA, Barack Obama, havia acabado de
participar de uma cerimônia no
Pentágono em memória das vítimas. Pouco após sua passagem no caminho de volta para a
Casa Branca começaram a aparecer relatos na TV de que uma
embarcação no rio tinha invadido a área. Em seguida, a CNN
noticiou que dez tiros haviam
sido disparados, mostrando
imagens à distância.
Mas não foi disparado nenhum tiro, e o barco invasor era
apenas parte de um exercício
de treinamento da Guarda Costeira, que nada tinha de excepcional além da data de sua realização. O susto foi suficiente para preocupar agentes do FBI e
atrasar voos. A Administração
de Aviação Federal, que regula
o setor aéreo, suspendeu decolagens no aeroporto Ronald
Reagan com base nos relatos de
atividade no rio Potomac. A interrupção durou 22 minutos e
atrasou 17 voos.
Em entrevista após o episódio, John Currier, da Guarda
Costeira, afirmou que se tratava de um procedimento de rotina que já havia sido realizado
diversas vezes, mas que a instituição pretende rever seus procedimentos no futuro.
A confusão começou com o
acompanhamento de uma frequência de rádio usada pela
Guarda Costeira durante o treinamento. A âncora da CNN
Kyra Phillips disse que jornalistas ouviram no rádio alguém
dizendo "bang, bang, bang".
Após a confusão, outros repórteres do canal reclamaram que
a imprensa deveria ser avisada
de treinamentos como esse.
O porta-voz da Casa Branca,
Robert Gibbs, disse que o governo não foi informado, mas
que não tinha qualquer objeção. "Nós estamos mais seguros
por causa dos exercícios de
treinamento", disse. E criticou
a rede de TV, dizendo que antes
de transmitir era importante
checar as informações.
Um episódio semelhante
ocorreu em abril, quando a população ficou assustada por
conta de um voo rasante do Air
Force One, o avião oficial de
Obama, e de um caça da Força
Aérea Americana sobre Nova
York. O inceidente resultou na
demissão do chefe do Gabinete
Militar da Casa Branca, Louis
Caldera.
Renovar a luta
Em discurso na cerimônia no
Pentágono, Obama disse que é
preciso renovar a luta contra a
Al Qaeda e buscou apoio para a
guerra no Afeganistão, que se
encontra em um ponto crítico
após o aumento do número de
soldados americanos mortos, o
avanço do Taleban e as suspeitas de irregularidade nas eleições presidenciais no país. A invasão do Afeganistão foi uma
resposta dos EUA aos ataques.
"Vamos renovar nossa resolução contra aqueles que perpetraram esse ato bárbaro e
ainda conspiram contra nós",
declarou o presidente na cerimônia que reuniu cerca de 500
pessoas. E acrescentou: "Na
busca pela Al Qaeda e seus aliados extremistas nós nunca vamos vacilar".
Enquanto a Casa Branca ainda discute se aumentará o número de soldados no Afeganistão, o presidente democrata da
Comissão de Serviços Armados
do Senado, Carl Levin, se manifestou contra o aumento de tropas e disse que o general Stanley McChrystal deverá propor
um aumento do número de soldados estimados até 2013 de
140 mil para 240 mil.
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