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Italianos apoiam veto à imunidade de premiê
Segundo pesquisas, maioria concorda com decisão do Tribunal Constitucional de derrubar lei que privilegiava Berlusconi
Reação do líder conservador contra veto à medida é vista como exagerada, mas só
um quarto dos ouvidos
quer eleições antecipadas
DA REDAÇÃO
A maioria dos italianos apoia
a decisão desta semana do Tribunal Constitucional de considerar inconstitucional lei que
guarnecia com imunidade judicial o premiê Silvio Berlusconi,
segundo duas pesquisas divulgadas pela imprensa do país.
A anulação da lei pela corte,
na quarta, foi considerada o
pior revés do atual mandato de
Berlusconi, que chefia o governo da Itália pela terceira vez.
Sua criação fora uma das primeiras medidas do premiê após
assumir, em maio de 2008.
De acordo com a sondagem
do IPR, publicada pela agência
de notícias Ansa, 59% dos italianos concordam com a decisão. Dois terços consideram a
corte imparcial, maneira como
também veem 72% dos ouvidos
o presidente Giorgio Napolitano, e 60% acham que o premiê
exagerou nas críticas a ambos.
Depois do anúncio da decisão
que considerou a lei de imunidade inconstitucional por ferir
o princípio da igualdade perante a lei, Berlusconi acusou Napolitano, magistrados do Tribunal Constitucional e "72% da
imprensa" de esquerdistas.
Já pesquisa do Ispo, divulgada pelo jornal italiano "Corriere della Sera", apontou 72% de
discordância com a imunidade.
A decisão da corte pode levar
à reabertura de casos contra o
premiê engavetados justamente pela lei, que previa imunidade ainda ao presidente da República e aos presidentes do Senado e Câmara dos Deputados.
Pesam contra o premiê italiano acusações de suborno a senadores para que se integrassem à sua campanha na eleição
do ano passado e a um advogado inglês para sumir com documentos financeiros suspeitos.
Berlusconi é suspeito ainda
de envolvimento em fraude e
corrupção envolvendo o seu
conglomerado empresarial. Há
uma semana, o líder direitista
foi considerado corresponsável
em um caso de suborno a um
juiz em disputa envolvendo
uma das empresas em 1991.
A despeito da oposição popular à imunidade, parlamentares
governistas articulam nova lei
prevendo a salvaguarda jurídica, mas agora estendida a todos
os membros do Parlamento.
A pesquisa do instituto IPR
indica, porém, que apenas um
quarto dos italianos é a favor da
renúncia de Berlusconi e, consequentemente, da convocação
de novas eleições legislativas. O
mandato do premiê tem fim
previsto para 2013.
Na última sexta, o conservador voltou a descartar a possibilidade de encurtar o seu mandato devido a um possível enfraquecimento político em decorrência do desengavetamento dos processos contra ele. Na
ocasião, Berlusconi afirmou ser
"o melhor premiê" para a Itália.
A possibilidade da renúncia é
também descartada pela maioria dos aliados do líder e mesmo
por grande parte da oposição,
atualmente fragmentada e com
poucas chances de retomar o
controle do país em uma eventual eleição neste momento.
Apesar do revés, a popularidade do premiê continua em
pouco menos de 50%, um índice que, embora baixo para o
histórico do político no cargo,
já havia sido alcançado depois
dos escândalos sexuais recentes envolvendo o seu nome.
"Espírito anti-italiano"
Ontem, Berlusconi voltou a
disparar contra a imprensa estrangeira, com a qual intensificara os atritos desde a cobertura dos escândalos sexuais.
"Existe um espírito anti-italiano. Alguns diários estrangeiros, adestrados pela imprensa
italiana, fazem acusações ridículas, jogando na lama não só o
presidente do Conselho de Ministros [premiê] como nossa
democracia e nosso país", disse
Berlusconi, reclamando ainda
de consequências econômicas.
Com agências internacionais
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