São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Irã detém 2 jornalistas por caso Sakineh

Teerã alega que eles entrevistaram filho de condenada sem autorização

Correspondente do espanhol "El País" tem permissão de moradia revogada e deve deixar país em 2 semanas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dois jornalistas estrangeiros foram presos anteontem no Irã, após entrevistar o filho de Sakineh Ashtiani, condenada ao apedrejamento sob a acusação de adultério.
O filho da iraniana, Sajad Qaderzadeh, e seu atual advogado, Javid Houtan Kian, também estariam detidos.
O porta-voz da Promotoria Geral do Irã, Gholam Hossein Mohseni Ejehi, confirmou apenas a prisão dos jornalistas, mas não revelou sua nacionalidade.
Ele afirmou à agência de notícias iraniana Irna que os dois entraram no Irã com vistos de turistas e "se passavam por jornalistas".
O Comitê Internacional contra o Apedrejamento (Icas, na sigla em inglês) afirmou em seu site que os dois são alemães do tabloide "Bild".
Eles entrevistavam Qaderzadeh no escritório do advogado, na cidade de Tabriz, quando oficiais invadiram o local e os levaram.
"Eu estava no telefone com um dos jornalistas, quando aparentemente um grupo de oficiais invadiu o escritório e nossa comunicação foi interrompida", disse Mina Ahadi, do Icas, ao jornal "The Guardian".
Ahadi ajudava na tradução por telefone, já que os alemães não podiam levar um tradutor, por questões de segurança.
Um porta-voz do "Bild", Tobias Fröhlich, disse não saber das prisões. A Chancelaria alemã disse ontem estar investigando os relatos.
O Icas afirmou em seu site que Qaderzadeheh e o advogado também foram detidos.
A família de Sakineh confirmou ao "Guardian" que Qaderzadeh não voltou para casa desde domingo e que o advogado está desaparecido.
A iraniana foi condenada em 2006 por adultério e sentenciada à morte por apedrejamento.
A sentença foi suspensa em julho, mas não oficialmente cancelada.

EXPULSÃO
Também anteontem, a correspondente do jornal espanhol "El País" em Teerã teve sua permissão de moradia cancelada.
Angeles Espinosa, que foi correspondente no país por cinco anos, tem duas semanas para deixar o Irã.
O jornal diz que a expulsão foi motivada pela entrevista de Espinosa com o filho do aiatolá dissidente Hossein Ali Montazeri, em julho.
O Irã mantém rígido controle sobre jornalistas internacionais.
Eles precisam de visto especial para sair de Teerã e são proibidos de cobrir eventos políticos não oficiais.


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