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Irã detém 2 jornalistas por caso Sakineh
Teerã alega que eles entrevistaram filho de condenada sem autorização
Correspondente do espanhol "El País" tem permissão de moradia revogada e deve deixar país em 2 semanas
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Dois jornalistas estrangeiros foram presos anteontem
no Irã, após entrevistar o filho de Sakineh Ashtiani, condenada ao apedrejamento
sob a acusação de adultério.
O filho da iraniana, Sajad
Qaderzadeh, e seu atual advogado, Javid Houtan Kian,
também estariam detidos.
O porta-voz da Promotoria
Geral do Irã, Gholam Hossein
Mohseni Ejehi, confirmou
apenas a prisão dos jornalistas, mas não revelou sua nacionalidade.
Ele afirmou à agência de
notícias iraniana Irna que os
dois entraram no Irã com vistos de turistas e "se passavam por jornalistas".
O Comitê Internacional
contra o Apedrejamento
(Icas, na sigla em inglês) afirmou em seu site que os dois
são alemães do tabloide
"Bild".
Eles entrevistavam Qaderzadeh no escritório do advogado, na cidade de Tabriz,
quando oficiais invadiram o
local e os levaram.
"Eu estava no telefone
com um dos jornalistas,
quando aparentemente um
grupo de oficiais invadiu o
escritório e nossa comunicação foi interrompida", disse
Mina Ahadi, do Icas, ao jornal "The Guardian".
Ahadi ajudava na tradução por telefone, já que os
alemães não podiam levar
um tradutor, por questões de
segurança.
Um porta-voz do "Bild",
Tobias Fröhlich, disse não
saber das prisões. A Chancelaria alemã disse ontem estar
investigando os relatos.
O Icas afirmou em seu site
que Qaderzadeheh e o advogado também foram detidos.
A família de Sakineh confirmou ao "Guardian" que
Qaderzadeh não voltou para
casa desde domingo e que o
advogado está desaparecido.
A iraniana foi condenada
em 2006 por adultério e sentenciada à morte por apedrejamento.
A sentença foi suspensa
em julho, mas não oficialmente cancelada.
EXPULSÃO
Também anteontem, a correspondente do jornal espanhol "El País" em Teerã teve
sua permissão de moradia
cancelada.
Angeles Espinosa, que foi
correspondente no país por
cinco anos, tem duas semanas para deixar o Irã.
O jornal diz que a expulsão
foi motivada pela entrevista
de Espinosa com o filho do
aiatolá dissidente Hossein
Ali Montazeri, em julho.
O Irã mantém rígido controle sobre jornalistas internacionais.
Eles precisam de visto especial para sair de Teerã e
são proibidos de cobrir eventos políticos não oficiais.
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