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Filhos de oficial palestino, de 3, 6 e 9, são assassinados
Crime aumenta tensão política em Gaza, em meio à expectativa de eleições antecipadas
Seguido por 2.000 pessoas, enterro das crianças ocorre em clima de protesto, com dezenas de tiros para o alto e a invasão do Parlamento
DA REDAÇÃO
Três irmãos de três, seis e nove anos, filhos de um alto oficial
da inteligência palestina, foram
mortos a tiros ontem na faixa
de Gaza. O incidente agravou o
tenso clima de confronto entre
o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, e o Hamas, do
premiê Ismail Haniyeh.
O enterro transcorreu sob
clima de revolta, enquanto as
crianças, envolvidas em lençóis
brancos, eram carregadas por
parentes. Cerca de 2.000 pessoas acompanharam. Tiros foram disparados para o alto, e o
protesto se estendeu ao Parlamento palestino, que foi invadido por manifestantes.
O atentado foi obra de três
mascarados, que fecharam com
dois carros o veículo em que estavam os filhos do coronel Baha
Balousha, membro do Fatah.
Dezenas de tiros atingiram o
carro oficial de Balousha, onde
estavam os meninos a caminho
da escola com o motorista e um
segurança. Só o motorista sobreviveu, gravemente ferido.
O coronel Balousha, que estava em casa no momento do
ataque, chefiou há dez anos
uma grande operação de repressão ao Hamas, que hoje
controla o governo. Desde então, sua relação com o grupo islâmico manteve-se tensa. Há
quatro meses escapou ileso de
um ataque parecido.
Ao comentar o incidente, em
Ramallah, o presidente palestino o classificou de "um crime
desumano". Balousha, cercado
de seguranças durante o enterro, atribuiu o assassinato dos filhos a forças que "querem que a
Presidência palestina e seus
serviços de inteligência fracassem." Nenhum grupo assumiu
a autoria do infanticídio.
Abbas e o premiê Haniyeh,
que chegou ontem ao Sudão,
após visitar o Irã, disseram ter
ordenado o ministro do Interior a fazer o possível para identificar os assassinos.
A tensa relação política nos
territórios palestinos se arrasta
nos últimos meses, enquanto o
Fatah e o Hamas não chegam a
um acordo para formar um governo de união. No último sábado o presidente Abbas disse
que convocará eleições antecipadas até o fim desta semana se
não houver um acordo.
Haniyeh respondeu acusando-o de tentar derrubar o governo, formado após a surpreendente vitória eleitoral do
Hamas, em janeiro. O premiê
palestino também disse ao canal por satélite Arabiya que assegurou no Irã uma ajuda de
US$ 250 milhões do país aos
palestinos no ano que vem.
Com agências internacionais
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