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Futuro titular da Saúde, Daschle defende cobertura universal e tem ligação com lobby
DE NOVA YORK
Fortalecendo sua agenda reformista para o setor, o presidente eleito Barack Obama oficializou ontem o nome do ex-senador democrata Tom Daschle como seu secretário da Saúde. Ficará sob a responsabilidade de Daschle a complicada
reestruturação do sistema nacional, que hoje acarreta enorme peso financeiro em programas governamentais precários
e deixa mais de 50 milhões de
pessoas descobertas.
"Se queremos superar nossos
desafios econômicos, temos
que encarar de vez o desafio do
sistema de saúde", disse Obama, em fala sobre a necessidade
de tornar o atendimento médico mais acessível. A pasta gasta
US$ 1 em cada US$ 4 do Orçamento federal.
Segundo o presidente eleito,
Daschle, 61, não vai apenas liderar uma reforma, mas também encabeçar sua elaboração.
O ex-líder da maioria no Senado chefiará o Departamento de
Reforma do Sistema de Saúde,
uma criação do governo Obama
que demonstra o nível de prioridade que ele pretende dar ao
tema. A vice-secretária da Saúde será Jeanne Lambrew, que
já colaborou com Daschle em
projetos para o setor.
Daschle é membro do Centro
para o Progresso Americano,
órgão de estudos de esquerda
onde Obama buscou vários
membros de sua equipe. Lá, sua
prioridade era o sistema de
saúde -ele é, como Obama, defensor da universalização.
Ele também integrava a firma de consultoria legal e lobby
Alston & Bird, onde tratava de
temas financeiros, de saúde,
impostos e comércio. A Alston
& Bird possui vários clientes
com interesses privados no setor da saúde, inclusive empresas farmacêuticas e seguradoras. Ontem, o nome de Daschle
continuava no site da firma como consultor especial.
O que nem Obama nem
Daschle explicaram é como
eles poderão financiar uma extensão da cobertura dos seguros-saúde sob um déficit orçamentário recorde. Questionado, Obama evitou dizer quando
irá reverter o corte de impostos
para famílias que ganham mais
de US$ 250 mil anuais, uma
promessa de campanha que aumentaria a arrecadação.
O sistema de saúde dos EUA
é fortemente baseado em benefícios empregatícios, algo especialmente problemático em
época de recessão e demissões.
Os programas estatais atendem
basicamente a idosos e pessoas
de baixa renda com doenças específicas, mas têm custos altíssimos e crescentes.
(AM)
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