São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

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La Paz diz que estudará proposta da QG para transferir obras à OAS

Empreiteira quer arbitragem sobre acréscimos ao orçamento de estradas

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

O governo boliviano informou ontem que estudará a proposta da Queiroz Galvão (QG) para transferir a construção de duas rodovias a outra empreiteira brasileira, OAS. As obras estão paradas há mais de um ano, pois as pistas recém-construídas apresentaram fissuras.
Em comunicado oficial, o governo boliviano informou que a QG condicionou a retomada das obras a 15 pontos. Além de ceder o contrato à OAS, a construtora quer levar à arbitragem a questão do aumento de US$ 45 milhões na obra, orçada até agora em US$ 226 milhões. A brasileira também pede prazo de execução de 28 meses.
Na proposta, a QG exigiu ainda o pagamento US$ 17,9 milhões referentes a uma suposta arbitragem vencida contra o Estado boliviano, em 2000.
Segundo a Agência Boliviana de Estradas, a proposta passará por análise técnica e não há prazo para decisão. Sobre a dívida de 2000, o governo boliviano diz que não pode "assumir compromissos" fora do contrato das duas estradas.
O comunicado contradiz declarações dadas mais cedo pela presidente da agência, Patricia Ballivián, de que a QG aceitara ficar na Bolívia sem ampliar o orçamento das estradas.
A OAS já constrói uma rodovia próxima às da QG, no sul da Bolívia, e tem boa relação com o governo. Ao contrário da QG, que deve deixar o país, a firma paulistana quer ampliar sua atuação -tem interesse em construir uma estrada de 510 km no norte, com US$ 230 milhões financiados pelo Brasil.
Já a obra parada envolve as estradas Potosí-Cotagaita e Tarija-Potosí, um total de 433 km dos quais 30% estão prontos, diz La Paz. Cerca de US$ 120 milhões vieram do Programa de Financiamento às Exportações do Banco do Brasil.


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