São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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"Cobos quer ser presidente antes de 2011"

DE BUENOS AIRES

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, apontou contra seu vice, Julio Cobos, ontem, após o embargo das contas do país nos EUA.
"Acho que Cobos quer ser presidente antes de 2011", disse. Cobos é declarado aspirante à sucessão de Cristina na eleição presidencial de 2011.
O vice pertence à União Cívica Radical, sigla rival do Partido Justicialista de Cristina. A aliança de ambos rompeu-se no primeiro ano do governo, quando Cobos derrubou projeto de lei de Cristina de subir impostos ao agronegócio.
A Casa Rosada atribui a uma manobra de Cobos, em sintonia com o Grupo Clarín -com o qual Cristina entrou em atrito desde a votação dos impostos rurais-, a crise desatada em torno do comando do BC.
"Quando falo de uma formidável manobra política [para derrubá-la], não estou falando de subjetividades, mas de fatos concretos e inéditos na história argentina", disse Cristina.
A presidente citou entre os "fatos inéditos": "A sorte da oposição" de ter "uma juíza-delivery, que atende todos os seus pedidos [María José Sarmiento, que anulou dois decretos de Cristina]; um presidente do Banco Central que é um invasor [Redrado reassumiu o cargo com medida cautelar de Sarmiento]; um vice que é tudo, menos vice-presidente".
Cobos afirmou que Cristina "vê fantasmas onde não há" e disse que, se existe uma conspiração, é contra ele. "Não há diálogo. Não me consultam para nada. Estou ferido", disse.
Exibindo a capa do "Clarín" de anteontem ["Juiz dos EUA poderia embargar reservas do BC"], Cristina disse: "Curioso! Se alguém quiser saber o que vai ocorrer com a Justiça internacional, é só ler o "Clarín".
Segundo Cristina, a situação que atravessa é "humanamente injusta, mas um presidente da República tem que estar preparado para isso e mais".
Após citar "interesses externos que querem lesar a Argentina" e pedir "muita responsabilidade a todos", ela disse: "Tenho muita força e estou segura de minhas convicções".


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