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Futura comissária da UE critica scanners corporais em aeroportos
"Segurança não justifica invasão de privacidade", diz indicada para Justiça
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
A futura comissária da União
Europeia para Justiça e Direitos Fundamentais, Viviane Reding, criticou o uso de scanners
corporais em aeroportos como
um atentado à dignidade e disse que "segurança não justifica
invasão de privacidade".
Pelo menos 4 dos 27 países
da UE já anunciaram que adotarão o equipamento, recomendado pela agência americana de segurança nos transportes após um passageiro nigeriano tentar explodir um
avião que ia de Amsterdã para
Detroit (EUA) no Natal.
Uma regra comum pode ser
adotada pelo bloco, que avalia
se os scanners não são daninhos à privacidade e à saúde. As
máquinas mostram, por meio
de micro-ondas, o que o viajante usa sob as roupas (em muitos
casos, expondo os corpos nus).
"Não vamos deixar ninguém
nos ditar regras que contrariem
os direitos fundamentais por
causa do combate ao terrorismo", respondeu Reding sobre o
tema durante sabatina ontem
no Parlamento Europeu para
aprová-la no cargo. "Nossa necessidade de segurança não pode justificar violação nenhuma
de privacidade. Não devemos
nos orientar pelo medo, mas
por nossos valores."
A luxemburguesa e centro-direitista Reding sugeriu ainda
que se busquem "meios menos
intrusivos" de inspeção e evocou a "dignidade dos seres humanos" para pedir que qualquer medida tomada seja devidamente avaliada antes.
As declarações se chocam
com a defesa dos aparelhos feita na semana passada pelo chefe antiterrorismo da UE, Gilles
de Kerchove, que disse que poderiam ser encontradas "ferramentas para preservar a dignidade" nas checagens.
A UE aventou adotar os scanners em 2008, mas engavetou a
ideia a pedido do Parlamento
até que fossem feitos estudos
mais precisos sobre seus riscos
à segurança e à privacidade. O
custo de cada aparelho é estimado em US$ 200 mil, e especialistas discutem sua eficácia.
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