DA REDAÇÃO

Um ataque aéreo americano contra instalações nucleares e militares iranianas provavelmente mataria milhares de pessoas, daria início a uma longa e custosa guerra e levaria Teerã a acelerar seus planos nucleares, segundo um estudo do Oxford Research Group que será publicado hoje.
O centro de pesquisas britânico, que é especializado em questões ligadas ao controle de armas e à não-proliferação nuclear, afirmou ainda que uma ação militar contra o Irã, "realizada pelos EUA ou por Israel, não é uma opção que deveria ser considerada em quaisquer circunstâncias".
O governo de George W. Bush se recusa a descartar a hipótese de realizar um ataque se o Irã não se curvar aos esforços internacionais para impedi-lo de levar adiante seu polêmico programa nuclear. Teerã afirma que seus planos são pacíficos e só visam a produção de energia, mas a comunidade internacional teme que os iranianos tentem construir armas atômicas.
O estudo, dirigido pelo professor Paul Rogers, diz que um ataque americano consistiria em bombardeios aéreos simultâneos contra mais de 20 instalações militares ou nucleares iranianas. Seu objetivo seria destruir as capacidades de defesa iranianas.
Mas, segundo o texto, esses ataques provavelmente matariam vários milhares de pessoas, incluindo soldados, especialistas em questões nucleares e "muitas centenas" de civis.
O relatório diz ainda que a ação militar certamente levaria o Irã a abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear -o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad ameaçou tomar essa decisão anteontem-, a acelerar seus programas nucleares e a aumentar seu apoio a grupos insurgentes iraquianos e ao Hizbollah libanês.
Além disso, o texto afirma que a ação militar dos EUA contra o Irã faria com que o antiamericanismo se agravasse no mundo, sobretudo no Oriente Médio.
Haveria ainda, de acordo com a mesma fonte, confrontos militares contra outros países da região. "Um estado de guerra que se estenderia por anos" seria uma das conseqüências da intervenção militar contra os iranianos.
O centro de pesquisas disse que um ataque feito por Israel, embora fosse menor que o dos EUA, também teria efeitos negativos.