DA REDAÇÃO

Os EUA estudam uma forma de aumentar as doações humanitárias aos palestinos após a vitória do grupo terrorista Hamas nas eleições parlamentares de janeiro, disse ontem a secretária de Estado, Condoleezza Rice. O dinheiro não deve, no entanto, passar pelas mãos do grupo.
Rice concedeu uma entrevista durante o vôo entre Santiago, onde compareceu à posse de Michelle Bachelet, e o Rio de Janeiro, durante uma escala para reabastecimento. Depois, seu avião seguiu para a Indonésia.
A secretária de Estado disse que pedirá ao governo indonésio, considerado um país muçulmano moderado, que ajude na pressão para que os palestinos se comprometam em negociar a paz com Israel. O Hamas se recusa a reconhecer o Estado judaico.
"Estamos procurando formas até de aumentar nossa ajuda humanitária ao povo palestino durante este período", disse Rice, sem especificar, no entanto, como isso seria feito. Seus comentários sugerem que os EUA queiram substituir o dinheiro antes dado diretamente ao governo palestino por doações a entidades de caridades e outras iniciativas fora da estrutura do governo.
O governo norte-americano praticamente finalizou um ampla revisão de sua ajuda aos palestinos, com o objetivo de assegurar que nada chegue ao futuro governo do Hamas.
O grupo, que se recusa a renunciar à violência e assumiu a responsabilidade de dezenas de ataques suicidas contra Israel, está listado como uma organização terrorista pelos EUA e pela União Européia.
A Autoridade Nacional Palestina está praticamente quebrada, com um déficit mensal de milhares de dólares, mas a ajuda direta norte-americana tem sido relativamente pequena: no ano passado, enviou US$ 70 milhões, de um total de cerca de US$ 1 bilhão de doações estrangeiras.