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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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ÁSIA

Diálogo só com Washington não é mais exigência do país

Coréia do Norte sinaliza com recuo e diz aceitar negociação multilateral

DA REDAÇÃO

A Coréia do Norte indicou ontem que pode aceitar a exigência dos Estados Unidos de participar de discussões multilaterais sobre seu programa nuclear, que Washington acusa de ter fim bélico.
"Se os EUA estiverem prontos a dar uma guinada radical em sua política para resolver a questão nuclear, a República Popular Democrática da Coréia [nome oficial da Coréia do Norte" não vai exigir nenhum formato específico de diálogo", afirmou ontem um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, segundo despacho da agência oficial de notícias do país.
O anúncio pode significar uma profunda mudança na política da Coréia do Norte que, até então, insistia apenas em negociações diretas com Washington, de quem exigia a assinatura de um tratado de não-agressão.
A possível mudança ocorre poucos dias depois da derrota de Saddam Hussein. Como o Iraque, a Coréia do Norte foi incluída pelo presidente americano, George W. Bush, no "eixo do mal".
Os EUA dizem que a Coréia do Norte representa uma ameaça global e rejeitaram conversações bilaterais, afirmando que a questão deve ser resolvida com a participação de outros países. Para Washington, a Rússia, a China, o Japão e a Coréia do Sul também devem participar, pois poderiam ser ameaçados por armas nucleares norte-coreanas.
"A solução para o problema depende das reais intenções dos EUA", afirmou o porta-voz do ministério, que não foi identificado. "É possível resolver a questão se os EUA estiverem sinceramente dispostos para o diálogo", disse. São comentários bem mais moderados do que os de semanas anteriores. A Coréia do Norte acusou os Estados Unidos repetidas vezes de planejar a invasão do país, que ocorreria logo depois da guerra no Iraque.
Na sexta-feira, a Coréia do Norte dizia que jamais abriria mão de seu programa nuclear. Comparava inspeções da ONU a "tirar as calças" e dar a Washington uma desculpa para iniciar a invasão.


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