São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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À esquerda, Walter Veltroni imita Obama

DO COLUNISTA DA FOLHA

Walter Veltroni, 52, tratou, no início da campanha eleitoral, de surfar na onda Barack Obama -do qual, aliás, traduziu um livro para o italiano. Copiou o "hit" político da temporada, o "Yes, we can", traduzido para "si può fare" (é possível fazer).
Exatamente o que é possível fazer, no entanto, é ainda vago e indefinido.
Fala ou quer falar em nome da "Itália verdadeira, da Itália jovem, da Itália que trabalha, da Itália que se cansa, da Itália que pensa". Promete corrigir o que chama de "três patologias" que asfixiam o país: o baixo número de empregados, a baixa natalidade e a alta taxa de pobreza.
Mas é um pouco mais específico no seu território, o da política. A reforma institucional que promete reduzirá a Câmara dos Deputados a 470 membros (hoje são 630).
É improvável que os deputados se suicidem aprovando o corte de tantas de suas próprias cabeças. De todo modo, Veltroni começou cortando cabeças ao montar sua coligação, recusando-se a aceitar a coleção de partidos que antes giravam em torno da centro-esquerda.
Festeja Francesco Daveri, professor de Economia da Universidade de Parma: "Veltroni está dançando sozinho, talvez sozinho demais, sem a extrema-esquerda. Minha previsão é que a extrema esquerda perderá muito de seu antigo público para Veltroni, o que é bom para a governabilidade".
Ex-comunista, ex-prefeito de Roma, Veltroni conserva das origens esquerdistas a defesa dos poucos temas que hoje o diferenciam da direita: é a favor de pesquisas com células tronco e de direitos para "casais que convivem estavelmente" (código para casamento gay). (CR)


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