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À esquerda, Walter Veltroni imita Obama
DO COLUNISTA DA FOLHA
Walter Veltroni, 52, tratou, no início da campanha eleitoral, de surfar na
onda Barack Obama -do
qual, aliás, traduziu um livro para o italiano. Copiou
o "hit" político da temporada, o "Yes, we can", traduzido para "si può fare"
(é possível fazer).
Exatamente o que é possível fazer, no entanto, é
ainda vago e indefinido.
Fala ou quer falar em
nome da "Itália verdadeira, da Itália jovem, da Itália que trabalha, da Itália
que se cansa, da Itália que
pensa". Promete corrigir o
que chama de "três patologias" que asfixiam o país: o
baixo número de empregados, a baixa natalidade e
a alta taxa de pobreza.
Mas é um pouco mais
específico no seu território, o da política. A reforma institucional que promete reduzirá a Câmara
dos Deputados a 470
membros (hoje são 630).
É improvável que os deputados se suicidem aprovando o corte de tantas de
suas próprias cabeças. De
todo modo, Veltroni começou cortando cabeças
ao montar sua coligação,
recusando-se a aceitar a
coleção de partidos que
antes giravam em torno da
centro-esquerda.
Festeja Francesco Daveri, professor de Economia da Universidade de
Parma: "Veltroni está dançando sozinho, talvez sozinho demais, sem a extrema-esquerda. Minha previsão é que a extrema esquerda perderá muito de
seu antigo público para
Veltroni, o que é bom para
a governabilidade".
Ex-comunista, ex-prefeito de Roma, Veltroni
conserva das origens esquerdistas a defesa dos
poucos temas que hoje o
diferenciam da direita: é a
favor de pesquisas com células tronco e de direitos
para "casais que convivem
estavelmente" (código para casamento gay).
(CR)
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