São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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À direita, Silvio Berlusconi imita super-homem

DO COLUNISTA DA FOLHA

Silvio Berlusconi, 72 anos e 139 milhões em bens declarados, é o político mais rico da Câmara de Deputados da Itália, um dos mais ricos do país. Ou um super-homem no seu próprio conceito.
Ao aparecer no programa "Porta a Porta", "talk-show" de boa audiência, disse que se disfarça de super-homem quando brinca com os netos. "E eles acreditam que sou super-homem de verdade."
Também Berlusconi crê: "Sou o presidente do clube de futebol com mais títulos do que qualquer outro [o Milan]. Dou trabalho a 56 mil pessoas e distribuo bem-estar".
Como Veltroni, Berlusconi também limitou sua coligação. Havia sido de 14 partidos em 2006. Agora reuniu seu próprio partido (Força Itália) e a pós-fascista Aliança Nacional numa nova agrupação, o Povo da Liberdade, coligado só à Liga Norte, grupo xenófobo forte no Norte.
Algumas de suas propostas são clássicos da direita na Europa. Exemplo: tolerância zero com os "rom", ciganos romenos, apontados como ameaça à segurança pública.
Outras são também um clássico de quem tem um sem-número de casos judiciais ainda em andamento. Exemplo: leniência ante a sonegação, a partir do argumento que impostos altos acabam forçando pessoas físicas e jurídicas a não pagá-los.
Mas seu futuro ministro das Finanças (já anunciado), Giulio Tremonti, considerado o mais brilhante intelectual do centro-direita, matiza a ideologia liberal que se espera nessa área. Escreveu um livro, que tem certo eco do slogan de Lula ("O medo e a esperança"), no qual diz: "O mercado até onde é possível, o governo quando é necessário". (CR)


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