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À direita, Silvio Berlusconi imita super-homem
DO COLUNISTA DA FOLHA
Silvio Berlusconi, 72
anos e 139 milhões em
bens declarados, é o político mais rico da Câmara de
Deputados da Itália, um
dos mais ricos do país. Ou
um super-homem no seu
próprio conceito.
Ao aparecer no programa "Porta a Porta", "talk-show" de boa audiência,
disse que se disfarça de super-homem quando brinca com os netos. "E eles
acreditam que sou super-homem de verdade."
Também Berlusconi
crê: "Sou o presidente do
clube de futebol com mais
títulos do que qualquer
outro [o Milan]. Dou trabalho a 56 mil pessoas e
distribuo bem-estar".
Como Veltroni, Berlusconi também limitou sua
coligação. Havia sido de 14
partidos em 2006. Agora
reuniu seu próprio partido (Força Itália) e a pós-fascista Aliança Nacional
numa nova agrupação, o
Povo da Liberdade, coligado só à Liga Norte, grupo
xenófobo forte no Norte.
Algumas de suas propostas são clássicos da direita na Europa. Exemplo:
tolerância zero com os
"rom", ciganos romenos,
apontados como ameaça à
segurança pública.
Outras são também um
clássico de quem tem um
sem-número de casos judiciais ainda em andamento. Exemplo: leniência ante a sonegação, a
partir do argumento que
impostos altos acabam
forçando pessoas físicas e
jurídicas a não pagá-los.
Mas seu futuro ministro
das Finanças (já anunciado), Giulio Tremonti, considerado o mais brilhante
intelectual do centro-direita, matiza a ideologia liberal que se espera nessa
área. Escreveu um livro,
que tem certo eco do slogan de Lula ("O medo e a
esperança"), no qual diz:
"O mercado até onde é
possível, o governo quando é necessário".
(CR)
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