São Paulo, domingo, 13 de abril de 2008

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"Indústria do medo alimenta movimento"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Críticos do movimento de Estudantes pelo Porte de Armas em Universidades (SCCC) acreditam que o grupo defende uma proposta de política pública "terrível" e representam interesses da indústria armamentista. Os estudantes negam qualquer vínculo comercial e dizem manter as ações com dinheiro do próprio bolso.
Para o diretor de comunicação do Brady Centre (movimento civil que combate a violência gerada por armas de fogo), Peter Hamm, o SCCC não merece ser levado a sério. São "garotos que recebem dinheiro do lobby das armas" para defenderem a alteração na lei. "Achamos que deveriam se concentrar no seu trabalho em sala de aula; eles têm muito a aprender sobre política pública", afirma Hamm.
Já o professor do Instituto de Psicologia da USP e especialista em violência urbana Paulo Endo vê influência da "indústria do medo" na proposta dos estudantes. Endo diz que o sistema econômico se tornou dependente da comercialização de serviços e produtos que usam o terror e a violência como propaganda e precisa manter a dinâmica do mercado.
"O americano, em geral, acredita muito na violência como forma de pacificação", afirma Endo. Para o professor, se o objetivo do movimento for alcançado, o Estado e as políticas públicas estarão sendo parcialmente abolidos. "Aí é cada um por si e Deus por todos." (BC E GH)


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