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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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ELEIÇÕES NA ARGENTINA

Ele nega, mas sua própria equipe se divide sobre o assunto

Cresce rumor sobre saída de Menem

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O ex-presidente Carlos Menem (1989-99) nega, mas os rumores de que poderá desistir de disputar o segundo turno das eleição presidencial argentina, neste domingo, voltaram à tona. A renúncia chegou a ser cogitada até por assessores próximos a Menem, como seu irmão Eduardo e seu sobrinho Adrián, segundo a imprensa local.
Ontem, durante todo o dia, o peronista reuniu-se a portas fechadas com auxiliares para, supostamente, analisar a hipótese de retirar a candidatura. "A equipe de campanha está dividida", admitiu Alberto Kohan, um dos principais assessores.
Os rumores de que Menem poderia desistir de participar do segundo turno não são novidade, mas têm se intensificado à medida que as pesquisas de intenção de voto dão uma dianteira cada vez maior para o adversário do ex-presidente na disputa, o também peronista Néstor Kirchner. No final de semana, os levantamentos indicaram cerca de 70% para Kirchner e por volta de 30% para Menem.
Kirchner, candidato apoiado pelo presidente Eduardo Duhalde, classificou como "irresponsável" uma eventual desistência de Menem. "Seria mais um gesto de irresponsabilidade institucional, entre os tantos que já praticou", disse. No entanto ele disse não estar muito preocupado com a possibilidade de ir sozinho para o segundo turno. "Isso é problema dele. Tenho procurado fazer as coisas que posso, tenho me preparado, mas convencê-lo a disputar já é demais", afirmou.

Campanha
Kirchner e Menem, apesar de estarem a menos de uma semana do segundo turno, não se comportam como políticos em campanha. Kirchner já adota atitudes de vitorioso. Ontem, após ter se consultado com o seu dentista pela manhã, se trancou em reunião com assessores. Não deu entrevistas nem foi às ruas em busca de votos. A assessoria de Kirchner também não tem programado para esta semana compromissos eleitorais: não há previsão de comícios nem de campanha de rua.
Menem, apesar de se expor mais, também passou praticamente todo o dia reunido com assessores. À noite, foi à La Matanza, uma das regiões mais pobres da Grande Buenos Aires, em busca de votos. Hoje, permanece em Buenos Aires e, a partir de amanhã, viaja para Santa Fé e depois para a Província de Córdoba.


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