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Garoto é único sobrevivente de desastre aéreo na Líbia
Airbus A-330 cai ao se aproximar do aeroporto de Trípoli e deixa 103 mortos
Voo, de Johannesburgo para Londres, faria escala na capital líbia, que estava sob tempo nublado; maioria dos passageiros era holandesa
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
Um menino holandês de dez
anos foi o único passageiro resgatado com vida dos destroços
de um avião da companhia líbia
Afriqiyah, que caiu ontem ao se
aproximar do aeroporto da capital, Trípoli. Os demais 103
passageiros (11 deles tripulantes), morreram na hora.
A aeronave, um modelo Airbus A-330, havia decolado de
Johannesburgo (África do Sul)
e faria uma escala antes de seguir para o aeroporto de Gatwick, em Londres. O acidente
com o voo 771 ocorreu às 6h30
locais, 1h30 de ontem no Brasil.
Ao menos 61 passageiros
eram holandeses, a maioria dos
mortos, portanto.
Muitos eram turistas vindos
da África do Sul que desceriam
em Trípoli e pegariam outros
voos para a Europa.
Outros quatro foram identificados como sul-africanos até
o início da noite de ontem.
O governo da Líbia afirmou
que morreram no acidente cidadãos de nove países: além
dos holandeses e sul-africanos,
havia passageiros de Líbia, Reino Unido, Alemanha, Finlândia, Zimbábue, Filipinas e
França. Não foram fornecidos
os números de vítimas por país.
A criança sobrevivente estava sendo tratada num hospital
da capital da Líbia até o fechamento desta edição. Ela teve diversos ossos quebrados nas
duas pernas. Um médico disse
que sua condição era "estável".
De acordo com testemunhas,
o avião teria explodido ao se
aproximar da pista de pouso.
O tempo estava nublado no
momento. Uma das caixas-pretas foi encontrada.
Em comunicado, a Airbus
afirmou que a aeronave era nova. O aparelho foi entregue à
companhia em setembro do
ano passado e tinha apenas
1.600 horas de operação, em
cerca de 420 voos.
O avião acidentado ontem é o
mesmo modelo do voo da Air
France que caiu no oceano
Atlântico fazendo a rota Rio-Paris, em junho do ano passado, deixando 228 mortos.
Outro Airbus, mas o modelo
A-320, explodiu nas proximidades do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ao tentar
aterrissar sem sucesso, em julho de 2007. Morreram 199
pessoas.
Na África do Sul, o presidente
Jacob Zuma expressou "condolências" às vítimas da tragédia.
Uma linha de telefone especial
foi colocada à disposição de parentes em busca de informações sobre o acidente.
A Afriqiyah é uma companhia de propriedade do governo da Líbia, bastante popular
para voos entre o continente
africano e cidades europeias,
com escala em Trípoli.
O principal atrativo é o custo
mais baixo do que companhias
europeias.
A empresa foi fundada em
2001, a partir de um projeto político do ditador líbio, Muammar Gaddafi. Segundo ele, a
companhia aérea teria como
objetivo "integrar o continente" e contribuir com o sucesso
da União Africana, grupo que
reúne os países africanos. Na
cauda, há a inscrição 9.9.99, referência à data de fundação da
organização continental
Sua frota, antes do acidente,
era de 11 aeronaves, todos Airbus relativamente novos. A tragédia de ontem foi a primeira
na curta história da companhia.
De acordo com a agência europeia de controle de voo, baseada na Bélgica, o desastre de
ontem não teve relação com a
nuvem de cinzas expelida por
um vulcão na Islândia, que paralisou o tráfego aéreo na Europa no mês passado.
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