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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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Eficácia de "ataques seletivos" é questionada

DA ASSOCIATED PRESS

Israel chama de "ataques seletivos" as ações que visam atingir palestinos que pretendem cometer atentados terroristas contra civis israelenses. Os palestinos dizem que os ataques com mísseis israelenses são assassinatos realizados em locais populosos que geralmente matam inocentes.
Os recentes ataques israelenses em Gaza reabriram o debate sobre a moralidade e a eficácia política da estratégia israelense.
Israel considera os ataques uma peça importante para destruir os grupos terroristas palestinos. Mas críticos dizem que as mortes de membros de grupos terroristas pouco fizeram para eliminar o terrorismo.
De novembro de 2000 a 31 de maio, Israel matou 103 palestinos considerados alvos e 53 civis, de acordo com o grupo de direitos humanos israelense B'tselem. Desde terça, pelo menos outros 20 morreram, sendo a metade civil.
O ex-ministro israelense Ephraim Sneh afirma que os ataques são o mais eficiente modo de combater o terrorismo e atingir a infra-estrutura dos grupos terroristas. "Eles são seletivos. São cirúrgicos em muitos casos. Visam os mentores dos ataques, os organizadores da atividade terrorista."
"Os alvos são os que fazem a lavagem cerebral nos suicidas, são as pessoas que possuem informação de inteligência", diz.
Há dúvidas sobre a eficácia dos ataques e se eles conseguem conter o terrorismo. Em geral, o Hamas realiza retaliações a esse tipo de ataque israelense, como no atentado de anteontem.
Muitos israelenses dizem que os ataques continuariam de qualquer maneira e os terroristas precisam ser combatidos.
O ataque contra Abdel Aziz Rantissi, líder do Hamas, recebeu críticas ao redor do mundo, inclusive dentro de Israel e do presidente dos EUA, George W. Bush, por ser uma ação que fomenta o novo ciclo de violência.
O grupo B'tselem diz que os ataques são assassinatos extrajudiciais. Muitas vezes, afirma o grupo, essas ações são desproporcionais aos benefícios que trazem. "O governo e o Exército israelense têm a obrigação de proteger civis israelenses, mas precisam fazer isso dentro da lei", disse Yael Stein, diretor do B'tselem.


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