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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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Powell assume papel de mediador

DA REDAÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, planeja se reunir no próximo dia 22 com representantes de Rússia, União Européia e Nações Unidas na Jordânia, em um esforço para tentar evitar o fracasso do plano de paz entre Israel e palestinos. O encontro deve acontecer em Amã, após uma viagem de Powell à Ásia, segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher.
Powell, assumindo o papel de principal mediador americano para a região, telefonou ontem aos chanceleres de Israel, Silvan Shalom, do Egito, Ahmed Maher, da Arábia Saudita, Saud al Faisal, e da Jordânia, Marwan Muasher, para ajuda para controlar a violência na região.
Powell disse ontem, em entrevista à agência Associated Press, que o premiê palestino, Abu Mazen, deve agir mais rápido para controlar os grupos terroristas. "Acredito que ele pode fazer mais. Ele disse que faria mais."
Os EUA devem enviar a Israel, no fim de semana, o ex-diplomata John Wolf, encarregado de liderar uma equipe americana que vai monitorar os progressos da implementação do plano de paz, proposto por EUA, União Européia, ONU e Rússia.
Wolf deve se reunir com líderes palestinos e israelenses para tentar manter o plano vivo. Será a primeira viagem de Wolf ao Oriente Médio desde a sua indicação para liderar a equipe de monitoramento, na semana passada.
Os esforços do presidente George W. Bush pela paz na região foram colocados em xeque nesta semana, com uma nova onda de violência. O governo americano, que na terça-feira criticara Israel em tom mais duro que o habitual por um ataque em Gaza contra Abdel Aziz Rantissi, um dos líderes do grupo terrorista palestino Hamas, sinalizou ontem com um apoio à ofensiva israelense contra a organização, responsável por um ataque suicida anteontem que deixou 17 mortos em Jerusalém.
Após a repreensão a Israel, Bush foi alvo de críticas e pressões por parte de políticos democratas e grupos de lobby pró-Israel, que defenderam o ataque a Rantissi como parte dos esforços do país contra o terrorismo.
A posição foi ontem encampada pela Casa Branca. "A questão é o Hamas. Os terroristas são o Hamas", disse o porta-voz de Bush, Ari Fleischer. "Não será um telefonema [de Bush] que fará o Hamas deixar de ser terrorista."
Os apoiadores de Israel dizem que Sharon tem o direito de combater os militantes responsáveis pelos ataques terroristas, comparando suas ações com os ataques americanos contra membros da rede terrorista Al Qaeda, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Eles também querem que Bush pressione os líderes europeus, que se recusam a cortar laços com o líder palestino Iasser Arafat, acusado de incentivar o terror.


Com agências internacionais


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