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GUERRA SEM LIMITES
Árabes nos EUA temem mais a polícia após 11/9, diz estudo
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Pesquisa encomendada
pelo Departamento de Justiça dos EUA revela que, após o
11 de Setembro, cidadãos
americanos de origem árabe
temem mais a coação e a violência policiais do que retaliações da população e crimes de ódio (nos quais a vítima é morta por sua etnia).
O levantamento, divulgado ontem pelo Vera Institute
of Justice, ouviu cem americanos de etnia árabe e mais
111 policiais e agentes do FBI
(polícia federal) entre 2003 e
2005. Desde os ataques ao
World Trade Center e ao
Pentágono em 2001, o governo Bush tem implementado
uma série de políticas de segurança que incluem fichamento policial aleatório e intimações sem causa aparente. Práticas consideradas invasivas pela comunidade em
que 80% nasceram nos EUA
e têm cidadania americana.
Só no chamado Special Registration, 83 mil imigrantes
árabes foram fotografados,
interrogados e tiveram as
impressões digitais colhidas.
Desses, 14 mil foram deportados a seus países.
A queixa, segundo a pesquisa, ocorre de ambos os lados: policiais se dizem confusos sobre seus papéis e limites de poderes e relatam ainda viver sob a pressão de
combate ao terror. Hoje
agentes do FBI podem prender qualquer um por violação da lei de imigração ou suposta conexão com causas
terroristas.
James Zogby, presidente
do Arab American Institute,
afirmou à Folha ter havido
um crescimento no número
de relatos de discriminação e
xenofobia. "Os imigrantes
árabes sempre estiveram
nos EUA. Mas só após o 11/9
é que foram notados. E aí estão as conseqüências."
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