São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GUERRA SEM LIMITES

Árabes nos EUA temem mais a polícia após 11/9, diz estudo

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

Pesquisa encomendada pelo Departamento de Justiça dos EUA revela que, após o 11 de Setembro, cidadãos americanos de origem árabe temem mais a coação e a violência policiais do que retaliações da população e crimes de ódio (nos quais a vítima é morta por sua etnia).
O levantamento, divulgado ontem pelo Vera Institute of Justice, ouviu cem americanos de etnia árabe e mais 111 policiais e agentes do FBI (polícia federal) entre 2003 e 2005. Desde os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono em 2001, o governo Bush tem implementado uma série de políticas de segurança que incluem fichamento policial aleatório e intimações sem causa aparente. Práticas consideradas invasivas pela comunidade em que 80% nasceram nos EUA e têm cidadania americana.
Só no chamado Special Registration, 83 mil imigrantes árabes foram fotografados, interrogados e tiveram as impressões digitais colhidas. Desses, 14 mil foram deportados a seus países.
A queixa, segundo a pesquisa, ocorre de ambos os lados: policiais se dizem confusos sobre seus papéis e limites de poderes e relatam ainda viver sob a pressão de combate ao terror. Hoje agentes do FBI podem prender qualquer um por violação da lei de imigração ou suposta conexão com causas terroristas.
James Zogby, presidente do Arab American Institute, afirmou à Folha ter havido um crescimento no número de relatos de discriminação e xenofobia. "Os imigrantes árabes sempre estiveram nos EUA. Mas só após o 11/9 é que foram notados. E aí estão as conseqüências."


Texto Anterior: Guerra sem limites: Suicida de Guantánamo ia deixar prisão, mas não sabia
Próximo Texto: Europa: Turquia inicia fase concreta de negociações para adesão à UE
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.