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SUCESSÃO NOS EUA / ELEIÇÃO VISTA DE FORA
Pesquisa mede favoritismo de Barack Obama no mundo
Em 22 de 24 países, entrevistados confiam mais no democrata do que em rival McCain
Levantamento do Centro de Pesquisas Pew também demonstra que maioria vê economias nacionais em declínio; Brasil é exceção
DA REDAÇÃO
O senador Barack Obama,
virtual candidato democrata à
Casa Branca, é o favorito de cidadãos ao redor do mundo, segundo o levantamento anual
sobre atitudes globais do Centro de Pesquisas Pew, respeitado instituto americano, divulgado ontem.
Em 22 dos 24 países em que
foi feito o levantamento, entrevistados que disseram estar
atentos à corrida pela Presidência americana expressaram
maior confiança em Obama do
que em seu rival, o republicano
John McCain. EUA e Jordânia,
onde houve empate técnico, foram exceções. No Brasil, 58%
dizem confiar em Obama e 35%
em McCain.
De acordo com o presidente
do Pew, Andrew Kohut, a perspectiva de mudança de governo
está levando a uma leve melhora das opiniões mundiais sobre
os EUA. Em 14 países, mais cidadãos acreditam que a política
externa dos EUA vá melhorar
com o próximo presidente.
Os mais otimistas são os
franceses: 68% prevêem mudança para melhor. No Brasil, o
índice é de 47% -superior até
mesmo ao dos EUA, com 45%.
Mas a mudança ainda é de
pouco impacto: "Europeus ainda estão muito mais críticos do
que eram no começo da década,
e visões muito negativas [dos
EUA] predominam no mundo
muçulmano", diz Kohut.
Números expressivos dos cidadãos ouvidos afirmaram
prestar alguma ou muita atenção na corrida à Casa Branca.
Os mais atentos são os japoneses -83% disseram seguir de
perto a disputa. Entre americanos, o número é de 80%.
Em 12 países, porém, apenas
um terço ou menos acompanha
a campanha presidencial nos
EUA com atenção. No Brasil, o
índice é de 20%.
O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais para qualquer direção.
Foi feito com 24 mil pessoas
entre 17 de março e 21 de abril
-antes do final das prévias para escolha do candidato democrata. No Brasil, mil foram ouvidos. Indagados na época sobre a então pré-candidata democrata Hillary Clinton, entrevistados disseram confiar mais
nela do que em McCain, mas
menos do que em Obama.
Economia em declínio
A pesquisa anual também revelou uma impressão generalizada de economia em declínio.
Em 18 países, há mais insatisfeitos do que satisfeitos com a
situação econômica nacional.
Nos EUA, o número de participantes que classificam a economia como "boa" ou "muito
boa" caiu de 50% em 2007 para
apenas 20% neste ano.
O Brasil foi uma das exceções: o índice subiu de 30% para 41% neste ano. China, Austrália e Índia têm os maiores índices de satisfação.
A pesquisa mostra ainda a visão dos países sobre a China,
que, em ano de Olimpíada e de
conflitos no Tibete, teve leve
piora. Em apenas 7 dentre 23
países, uma maioria expressou
visão favorável à China. No
Brasil, a China é vista mais favoravelmente (47%) que desfavoravelmente (40%), mas o índice positivo caiu três pontos
desde 2007.
E não é só: a maioria dos entrevistados na Alemanha, na
Espanha, na França, no Reino
Unido e na Austrália diz crer
que a China ou ultrapassou os
EUA em liderança global ou ultrapassará no futuro. No Brasil,
o número é de 44%. E 30% dos
próprios americanos antevêem
uma perda de liderança para os
chineses no futuro.
Veja a pesquisa completa em
www.pewresearch.org
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