São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SUCESSÃO NOS EUA / ELEIÇÃO VISTA DE FORA

Pesquisa mede favoritismo de Barack Obama no mundo

Em 22 de 24 países, entrevistados confiam mais no democrata do que em rival McCain

Levantamento do Centro de Pesquisas Pew também demonstra que maioria vê economias nacionais em declínio; Brasil é exceção


DA REDAÇÃO

O senador Barack Obama, virtual candidato democrata à Casa Branca, é o favorito de cidadãos ao redor do mundo, segundo o levantamento anual sobre atitudes globais do Centro de Pesquisas Pew, respeitado instituto americano, divulgado ontem.
Em 22 dos 24 países em que foi feito o levantamento, entrevistados que disseram estar atentos à corrida pela Presidência americana expressaram maior confiança em Obama do que em seu rival, o republicano John McCain. EUA e Jordânia, onde houve empate técnico, foram exceções. No Brasil, 58% dizem confiar em Obama e 35% em McCain.
De acordo com o presidente do Pew, Andrew Kohut, a perspectiva de mudança de governo está levando a uma leve melhora das opiniões mundiais sobre os EUA. Em 14 países, mais cidadãos acreditam que a política externa dos EUA vá melhorar com o próximo presidente.
Os mais otimistas são os franceses: 68% prevêem mudança para melhor. No Brasil, o índice é de 47% -superior até mesmo ao dos EUA, com 45%.
Mas a mudança ainda é de pouco impacto: "Europeus ainda estão muito mais críticos do que eram no começo da década, e visões muito negativas [dos EUA] predominam no mundo muçulmano", diz Kohut.
Números expressivos dos cidadãos ouvidos afirmaram prestar alguma ou muita atenção na corrida à Casa Branca. Os mais atentos são os japoneses -83% disseram seguir de perto a disputa. Entre americanos, o número é de 80%.
Em 12 países, porém, apenas um terço ou menos acompanha a campanha presidencial nos EUA com atenção. No Brasil, o índice é de 20%.
O levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais para qualquer direção. Foi feito com 24 mil pessoas entre 17 de março e 21 de abril -antes do final das prévias para escolha do candidato democrata. No Brasil, mil foram ouvidos. Indagados na época sobre a então pré-candidata democrata Hillary Clinton, entrevistados disseram confiar mais nela do que em McCain, mas menos do que em Obama.

Economia em declínio
A pesquisa anual também revelou uma impressão generalizada de economia em declínio. Em 18 países, há mais insatisfeitos do que satisfeitos com a situação econômica nacional.
Nos EUA, o número de participantes que classificam a economia como "boa" ou "muito boa" caiu de 50% em 2007 para apenas 20% neste ano.
O Brasil foi uma das exceções: o índice subiu de 30% para 41% neste ano. China, Austrália e Índia têm os maiores índices de satisfação.
A pesquisa mostra ainda a visão dos países sobre a China, que, em ano de Olimpíada e de conflitos no Tibete, teve leve piora. Em apenas 7 dentre 23 países, uma maioria expressou visão favorável à China. No Brasil, a China é vista mais favoravelmente (47%) que desfavoravelmente (40%), mas o índice positivo caiu três pontos desde 2007.
E não é só: a maioria dos entrevistados na Alemanha, na Espanha, na França, no Reino Unido e na Austrália diz crer que a China ou ultrapassou os EUA em liderança global ou ultrapassará no futuro. No Brasil, o número é de 44%. E 30% dos próprios americanos antevêem uma perda de liderança para os chineses no futuro.

Veja a pesquisa completa em
www.pewresearch.org


Texto Anterior: Memória: Bush acionou Congresso para endurecer leis
Próximo Texto: Americanas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.