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ONU aprova sanções contra Coreia do Norte
Por unanimidade, Conselho de Segurança adota resolução que condena teste nuclear de maio e aumenta restrições ao país
Punições aprovadas incluem mais restrições no comércio de armas e mais inspeções marítimas; Pyongyang não havia reagido até ontem
DA REDAÇÃO
O Conselho de Segurança da
ONU (CS) aprovou ontem por
unanimidade uma nova resolução contra a Coreia do Norte,
condenando o teste nuclear
realizado no final de maio e endurecendo sanções na maioria
preexistentes. O texto é o terceiro aprovado contra o regime
norte-coreano em três anos.
A resolução 1.784, avalizada
pelos tradicionais aliados norte-coreanos China e Rússia,
"condena nos termos mais fortes" a detonação do artefato
nuclear realizada no dia 25 -a
segunda na história do país.
Negociado pelos cinco membros permanentes do CS (EUA,
China, Rússia, França e Reino
Unido), Japão e Coreia do Sul, o
texto proíbe a venda de todo tipo de armamento pela Coreia
do Norte -uma das principais
fontes de receita do empobrecido regime comunista.
Sanção anterior impunha o
embargo só sobre armamento
pesado. Outros países também
ficam proibidos de vender armas a Pyongyang, exceto as de
pequeno porte -concessão negociada por Pequim.
A resolução prevê também a
inspeção de embarcações suspeitas de transportar armas para a Coreia do Norte. A medida
depende, no entanto, da colaboração dos países-membros
da ONU, apenas "autorizados",
e não obrigados, a cumpri-la.
Os países-membros e organismos financeiros internacionais são "chamados" ainda a
proibir transações financeiras
norte-coreanas, negar linhas de
crédito e congelar fundos.
Restam, no entanto, dúvidas
quanto à real eficácia da nova
resolução, apresentada apenas
na última quarta aos demais
membros do CS, após mais de
duas semanas de negociações.
EUA e aliados regionais especulam também qual será a reação de Pyongyang. Para o secretário da Defesa, Robert Gates,
uma ação militar é improvável.
Mas funcionários do governo
americano admitem a possibilidade de novo teste nuclear.
Crise nuclear
A crise teve início quando o
regime do ditador Kim Jong-il
anunciou, em 25 de maio, a realização do teste nuclear. O programa fora suspenso em 2007
em acordo com os EUA que culminou com a retirada da Coreia
do Norte da lista de países patrocinadores do terrorismo.
Mas, no começo de abril deste ano, Pyongyang realizou o
lançamento de um foguete que,
segundo a ONU, violara as resoluções em vigor. Em retaliação
à condenação do lançamento, a
Coreia do Norte anunciou que
retomaria o programa nuclear.
A detonação do artefato atômico foi condenada de maneira
unânime pelas potências ocidentais, EUA à frente, e pelos
aliados Rússia e China.
Pyongyang reagiu então com
o disparo de uma série de mísseis de curto alcance, a suspensão do armistício com a vizinha
do sul que pôs fim à Guerra da
Coreia, em 1953, e a ameaça de
adotar "medidas defensivas".
Desde o início da crise, a Coreia do Norte tem dito que a imposição de novas sanções ao
país seria vista como "declaração de guerra". Mas até ontem à
noite o país não havia reagido à
aprovação do texto.
A embaixadora dos EUA na
ONU, Susan Rice, disse que a
resolução é "sem precedentes"
e "envia uma forte mensagem à
Coreia do Norte de que deve
mudar de rumo". China e Rússia defenderam o não uso da
força na aplicação das sanções e
exortaram o regime aliado a
voltar à mesa de negociações.
Com agências internacionais
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