São Paulo, sábado, 13 de junho de 2009

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ONU aprova sanções contra Coreia do Norte

Por unanimidade, Conselho de Segurança adota resolução que condena teste nuclear de maio e aumenta restrições ao país

Punições aprovadas incluem mais restrições no comércio de armas e mais inspeções marítimas; Pyongyang não havia reagido até ontem

DA REDAÇÃO

O Conselho de Segurança da ONU (CS) aprovou ontem por unanimidade uma nova resolução contra a Coreia do Norte, condenando o teste nuclear realizado no final de maio e endurecendo sanções na maioria preexistentes. O texto é o terceiro aprovado contra o regime norte-coreano em três anos.
A resolução 1.784, avalizada pelos tradicionais aliados norte-coreanos China e Rússia, "condena nos termos mais fortes" a detonação do artefato nuclear realizada no dia 25 -a segunda na história do país.
Negociado pelos cinco membros permanentes do CS (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido), Japão e Coreia do Sul, o texto proíbe a venda de todo tipo de armamento pela Coreia do Norte -uma das principais fontes de receita do empobrecido regime comunista.
Sanção anterior impunha o embargo só sobre armamento pesado. Outros países também ficam proibidos de vender armas a Pyongyang, exceto as de pequeno porte -concessão negociada por Pequim.
A resolução prevê também a inspeção de embarcações suspeitas de transportar armas para a Coreia do Norte. A medida depende, no entanto, da colaboração dos países-membros da ONU, apenas "autorizados", e não obrigados, a cumpri-la.
Os países-membros e organismos financeiros internacionais são "chamados" ainda a proibir transações financeiras norte-coreanas, negar linhas de crédito e congelar fundos.
Restam, no entanto, dúvidas quanto à real eficácia da nova resolução, apresentada apenas na última quarta aos demais membros do CS, após mais de duas semanas de negociações.
EUA e aliados regionais especulam também qual será a reação de Pyongyang. Para o secretário da Defesa, Robert Gates, uma ação militar é improvável. Mas funcionários do governo americano admitem a possibilidade de novo teste nuclear.

Crise nuclear
A crise teve início quando o regime do ditador Kim Jong-il anunciou, em 25 de maio, a realização do teste nuclear. O programa fora suspenso em 2007 em acordo com os EUA que culminou com a retirada da Coreia do Norte da lista de países patrocinadores do terrorismo.
Mas, no começo de abril deste ano, Pyongyang realizou o lançamento de um foguete que, segundo a ONU, violara as resoluções em vigor. Em retaliação à condenação do lançamento, a Coreia do Norte anunciou que retomaria o programa nuclear.
A detonação do artefato atômico foi condenada de maneira unânime pelas potências ocidentais, EUA à frente, e pelos aliados Rússia e China.
Pyongyang reagiu então com o disparo de uma série de mísseis de curto alcance, a suspensão do armistício com a vizinha do sul que pôs fim à Guerra da Coreia, em 1953, e a ameaça de adotar "medidas defensivas".
Desde o início da crise, a Coreia do Norte tem dito que a imposição de novas sanções ao país seria vista como "declaração de guerra". Mas até ontem à noite o país não havia reagido à aprovação do texto.
A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, disse que a resolução é "sem precedentes" e "envia uma forte mensagem à Coreia do Norte de que deve mudar de rumo". China e Rússia defenderam o não uso da força na aplicação das sanções e exortaram o regime aliado a voltar à mesa de negociações.


Com agências internacionais


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