DA REDAÇÃO

Um mal-entendido durante uma operação policial iraquiana na madrugada de ontem culminou na morte de oito dos policiais por soldados americanos. Um soldado jordaniano também foi morto no fogo cruzado.
Horas antes, um menino iraquiano fora atingido na cabeça em um tiroteio na mesma cidade, Fallujah. Em Ramadi, dois soldados americanos e três iraquianos morreram durante uma operação de busca.
As duas cidades, a oeste de Bagdá, fazem parte do Triângulo Sunita, região que concentra simpatizantes do regime deposto e ataques às tropas americanas.
O saldo de mortos no tiroteio em frente ao hospital foi informado pela polícia de Fallujah. Segundo os militares dos EUA, os soldados teriam reagido a um ataque com granadas.
O incidente se deu quando os soldados americanos confundiram um dos carros usados pela polícia iraquiana em uma perseguição, um caminhão sem identificação, com um veículo da resistência. Os iraquianos -cerca de 25 policiais em três carros- perseguiam uma BMW com três suspeitos quando perderam o carro de vista e decidiram dar meia-volta em frente ao hospital.
"Nós gritamos que éramos da polícia. Depois, saímos da rua e entramos num terreno. Eles começaram a atirar por todos os lados", disse Arkan Adnan, policial que dirigia um dos carros.
O hospital jordaniano havia sido montado na embaixada em abril para prestar assistência durante a guerra. Após o atentado com um carro-bomba no mês passado, as instalações foram transferidas. O secretário de Estado americano, Colin Powell, telefonou ao chanceler jordaniano, Marwan Muasher, para lamentar o incidente.
Na vizinha Ramadi, dois soldados americanos foram mortos em um tiroteio durante uma operação de busca. Também foram mortos três iraquianos e feridos outros sete soldados.
Antes, em Fallujah, uma troca de tiros entre soldados dos EUA e supostos membros da resistência atingira na cabeça um menino de cinco anos, cujo estado não foi informado. Em Bagdá, um tiroteio de 45 minutos acabou sem baixas.

Apelo de Bush
Em pouco mais de quatro meses de pós-guerra, 71 soldados americanos foram mortos em ataques. Outros 82 morreram em acidentes no mesmo período.
Os EUA têm hoje cerca de 116 mil soldados no Iraque, e o presidente George W. Bush voltou a pedir apoio internacional para substituir parte do contingente.
"É hora de outros se unirem a nós", declarou Bush a soldados em uma base no Estado da Geórgia. "Os terroristas no Iraque atacaram representantes do mundo civilizado. Derrotá-los deve ser uma causa do mundo civilizado."