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Para governo, grupo se foi "porque quis"
DO ENVIADO ESPECIAL A EL AMPARO
Um porta-voz do Ministério do Poder Popular para os
Povos Indígenas da Venezuela afirmou que os indígenas "se foram porque quiseram", mas admitiu que o governo não conseguiu determinar o que motivou o seu
deslocamento.
"Eles se foram porque quiseram, em nenhum momento havia grupos irregulares
na região", disse à Folha Lalcacho Frailiz, chefe-de-gabinete do vice-ministro de Assuntos Indígenas, responsável pelos índios de Apure.
Segundo Frailiz, uma
equipe do governo esteve na
região de onde o grupo teria
sido expulso. Ele afirmou
que os índios que permaneceram negaram a presença
de guerrilheiros e afirmaram
que as famílias saíram por
vontade própria.
"Há duas versões, não podemos nos comprometer
com nenhuma", afirmou o
representante do governo,
depois de inicialmente ter
negado que o deslocamento
tenha sido forçado.
Frailiz disse que, embora a
maioria tenha cédulas de
identidade venezuelanas, o
grupo é de origem colombiana e estava radicado numa
área do país vizinho antes de
cruzar a fronteira para El
Amparo. "Eles viviam na Colômbia e trabalhavam na Venezuela."
O funcionário do governo
Hugo Chávez disse que, mesmo assim, o ministério vai
atender às reivindicações do
grupo. "Primeiro, porque somos indígenas. Segundo,
porque somos revolucionários socialistas."
Segundo a Folha apurou,
o serviço de inteligência do
Exército na região acredita
que o grupo tenha sido forçado a abandonar o território
devido a uma disputa interna, e não por causa da presença das Farc.
Procurado pela reportagem, o Conare (Comitê Nacional de Refugiados), órgão
do governo venezuelano,
não atendeu aos pedidos de
informação sobre deslocamentos internos.
Representantes de entidades ligadas ao atendimento
de deslocados internos na
Venezuela avaliam que o governo de Hugo Chávez resiste em reconhecer a existência do problema no país porque equivaleria a uma admissão de que não tem o
controle sobre todo o seu
território, como acontece na
vizinha Colômbia.
(FM)
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