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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Em choque com Arafat, Korei somente aceita permanecer no cargo se o seu gabinete for aprovado sem alterações

Premiê palestino diz que renuncia no próximo mês

DA REDAÇÃO

O premiê palestino, Ahmed Korei, afirmou ontem que deverá renunciar ao cargo no próximo mês, quando se encerra o mandato de 30 dias de seu gabinete de emergência. A decisão se deve a divergências sobre o controle da segurança com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat.
O anúncio de Korei, ocorrido apenas cinco dias depois da posse de seu gabinete, agrava a situação de caos na política palestina. Não há governo praticamente desde a renúncia do premiê Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, em 6 de setembro. E diminuíram as perspectivas de que os palestinos possam implementar o novo plano de paz.
Questionado sobre quais seriam os seus planos, após se reunir ontem com Arafat, Korei disse: "O mesmo governo vai continuar por mais 25 dias [quando acaba o termo de emergência]. Depois disso, haverá um novo governo e um novo premiê." Autoridades disseram, porém, que Korei poderia permanecer no cargo se o gabinete que ele propôs for aceito sem alterações.
Arafat e o premiê, antigos aliados, entraram em choque após a indicação de Nasser Yousef para o Ministério do Interior. A pasta é a responsável pela segurança. E o líder palestino, apesar de ter Yousef como um aliado, não está disposto a ceder o controle das forças de segurança para o ministro.
Insatisfeito com a posição de Arafat, Yousef se recusou a participar da cerimônia de posse do gabinete de emergência -convocado após atentado terrorista matar 20 israelenses- na semana retrasada. Mas sua atitude serviu apenas para irritar ainda mais o líder palestino.
Israel e os EUA exigem que Arafat não interfira no governo palestino e que ele não tenha controle sobre as forças de segurança. Americanos e israelenses acusam Arafat de minar todas as iniciativas de paz de outros líderes palestinos. O governo do premiê israelense, Ariel Sharon, já aprovou "em princípio" a expulsão de Arafat dos territórios palestinos.
Para negociar a paz, Israel e os EUA dizem que os palestinos precisam de um governo independente da autoridade de Arafat.
Em reunião ontem com membros de seu grupo político, o Fatah, Arafat apareceu bem disposto, sem sinais de saúde debilitada, como na semana passada.

Rafah
Autoridades israelenses disseram ontem que cerca de 80% das forças militares que ocupavam o campo de refugiados palestinos de Rafah, na fronteira da faixa de Gaza com o Egito, já se retiraram.
Ao todo, oito palestinos morreram na operação israelense.
Porém as tropas que permaneceram continuavam em busca de túneis usados por membros de grupos terroristas para contrabandear armas do Egito.
Moradores afirmaram que eles estão sem serviços de água, luz e telefone há 48 horas. Cerca de 120 casas e blocos residenciais foram destruídos na operação israelense. Peter Hansen, diretor da agência da ONU para refugiados palestinos, afirmou ontem que há "entre 1.000 e 2.000" desabrigados.
Israel afirma que destruiu casas onde foram encontrados túneis e membros de grupos terroristas escondidos ou das quais tenham sido disparados tiros contra as forças israelenses. Grupos palestinos, em resposta à operação israelense, disparam mísseis contra Israel. Não houve vítimas.


Com agências internacionais


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