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ORIENTE MÉDIO
Em choque com Arafat, Korei somente aceita permanecer no cargo se o seu gabinete for aprovado sem alterações
Premiê palestino diz que renuncia no próximo mês
DA REDAÇÃO
O premiê palestino, Ahmed Korei, afirmou ontem que deverá renunciar ao cargo no próximo
mês, quando se encerra o mandato de 30 dias de seu gabinete de
emergência. A decisão se deve a
divergências sobre o controle da
segurança com o presidente da
ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat.
O anúncio de Korei, ocorrido
apenas cinco dias depois da posse
de seu gabinete, agrava a situação
de caos na política palestina. Não
há governo praticamente desde a
renúncia do premiê Mahmoud
Abbas, mais conhecido como
Abu Mazen, em 6 de setembro. E
diminuíram as perspectivas de
que os palestinos possam implementar o novo plano de paz.
Questionado sobre quais seriam
os seus planos, após se reunir ontem com Arafat, Korei disse: "O
mesmo governo vai continuar
por mais 25 dias [quando acaba o
termo de emergência]. Depois
disso, haverá um novo governo e
um novo premiê." Autoridades
disseram, porém, que Korei poderia permanecer no cargo se o
gabinete que ele propôs for aceito
sem alterações.
Arafat e o premiê, antigos aliados, entraram em choque após a
indicação de Nasser Yousef para o
Ministério do Interior. A pasta é a
responsável pela segurança. E o líder palestino, apesar de ter Yousef
como um aliado, não está disposto a ceder o controle das forças de
segurança para o ministro.
Insatisfeito com a posição de
Arafat, Yousef se recusou a participar da cerimônia de posse do
gabinete de emergência -convocado após atentado terrorista matar 20 israelenses- na semana retrasada. Mas sua atitude serviu
apenas para irritar ainda mais o líder palestino.
Israel e os EUA exigem que Arafat não interfira no governo palestino e que ele não tenha controle
sobre as forças de segurança.
Americanos e israelenses acusam
Arafat de minar todas as iniciativas de paz de outros líderes palestinos. O governo do premiê israelense, Ariel Sharon, já aprovou
"em princípio" a expulsão de Arafat dos territórios palestinos.
Para negociar a paz, Israel e os
EUA dizem que os palestinos precisam de um governo independente da autoridade de Arafat.
Em reunião ontem com membros de seu grupo político, o Fatah, Arafat apareceu bem disposto, sem sinais de saúde debilitada,
como na semana passada.
Rafah
Autoridades israelenses disseram ontem que cerca de 80% das
forças militares que ocupavam o
campo de refugiados palestinos
de Rafah, na fronteira da faixa de
Gaza com o Egito, já se retiraram.
Ao todo, oito palestinos morreram na operação israelense.
Porém as tropas que permaneceram continuavam em busca de
túneis usados por membros de
grupos terroristas para contrabandear armas do Egito.
Moradores afirmaram que eles
estão sem serviços de água, luz e
telefone há 48 horas. Cerca de 120
casas e blocos residenciais foram
destruídos na operação israelense. Peter Hansen, diretor da agência da ONU para refugiados palestinos, afirmou ontem que há "entre 1.000 e 2.000" desabrigados.
Israel afirma que destruiu casas
onde foram encontrados túneis e
membros de grupos terroristas
escondidos ou das quais tenham
sido disparados tiros contra as
forças israelenses. Grupos palestinos, em resposta à operação israelense, disparam mísseis contra Israel. Não houve vítimas.
Com agências internacionais
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