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foco
Em meio a reaproximação,
governo chinês presenteia Taiwan com casal de pandas
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A chegada de um casal de
pandas em Taiwan no mês
que vem, doados pelo governo da China, mereceu anúncio formal do porta-voz do
gabinete do governo taiwanês, Fan Liqing.
A diplomacia-panda é assunto sério para os dois lados. Desde o início da Revolução Comunista, a China
manda pandas para outros
países quando quer fazer
amigos ou diminuir tensões
políticas.
Pequim enviou na semana
passada a mais importante
delegação em quase 60 anos
à ilha autônoma que considera uma Província rebelde.
O governo chinês defende a
reunificação e o atual governo de Taiwan, do presidente
Ma Ying-jeou, é considerado
pró-China.
Em dezembro, o casal
Tuan Tuan e Yuan Yuan, 4,
chega ao zoológico de Taipé.
A combinação do nome dos
pandas significa "reunião familiar" em mandarim, sinal
de que a política pesou nos
nomes, escolhidos em uma
campanha feita por uma empresa de telefonia celular.
Tuan Tuan e Yuan Yuan se
encontram na Província de
Sichuan e só devem ser expostos ao público no final de
janeiro. Eles têm quatro refeições diárias de 30 quilos
de bambu fresco e frutas.
A China divulgou o envio
dos pandas como um "gesto
de boa-vontade", segundo a
agência estatal Xinhua, em
maio de 2005, durante o governo em Taiwan de Chen
Shui-bian (2000-2008), que
pregava a declaração formal
de independência da ilha e
era considerado anti-China.
Chen não aceitou os pandas. Para uma nada dissimulada alegria da mídia estatal
chinesa, Chen foi preso nesta semana, algemado, por
acusações de corrupção.
O panda gigante é considerado tesouro nacional na
China e é uma das espécies
mais ameaçadas de extinção.
Há 1.600 exemplares, a
maioria em 59 reservas.
De 1957 a 1982, o governo
chinês mandou 23 pandas
para nove países -a então
União Soviética, Coréia do
Norte, EUA, Japão, França,
Reino Unido, Alemanha, Espanha e México.
Depois da reunificação, a
ex-colônia britânica Hong
Kong ganhou dois pares, um
em 1999 e o outro em 2006.
Dez pandas da reserva de
Wolong, fortemente atingida pelo terremoto de maio
em Sichuan, foram transferidos para Pequim em junho e
fazem sua particular diplomacia com turistas no zoológico da capital chinesa.
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