São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Oposição critica proposta, mas demonstra divisão interna

DE BUENOS AIRES

A oposição argentina criticou a proposta do governo de antecipação das eleições, mas com diferenças que refletem suas divisões internas.
A rejeição mais forte veio da principal aliança opositora, de centro, formada por UCR (União Cívica Radical) e Coalizão Cívica, que apontou "destruição de regras" e "loucura eleitoral". O vice-presidente Julio Cobos, que negocia seu retorno à UCR após romper com o governo, pediu "respeito ao processo eleitoral previsto": "A confiança só se constrói com previsibilidade".
O tom foi diferente dentro da outra aliança opositora de maior peso eleitoral, de centro-direita, formada por seguidores dos deputados federais Felipe Solá e Francisco de Narváez, dissidentes do peronismo, e do prefeito de Buenos Aires, Maurício Macri.
Macri, que também adiantou as eleições na capital, disse que a mudança mostra "debilidade" do governo, mas "não parece má". Narváez foi na mesma linha. Já Solá criticou: "Nos obriga todos a estar prontos antes". A aliança entre peronistas dissidentes e Macri ainda discute quem seria o cabeça da lista da aliança (as eleições legislativas na Argentina são por listas partidárias) na Província de Buenos Aires -Solá ou Narváez.
Pelo lado do governo, o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Fellner, disse que a alteração é "excepcional": "É uma loucura que todos os que temos responsabilidades públicas estejamos em campanha até outubro". Governadores da base do governo -como os de Santa Cruz, Mendoza e Tucumán- afirmaram que também vão antecipar o pleito local.
A lei argentina exige que as eleições nacionais sejam convocadas com 90 dias de antecedência, por isso o projeto do governo deverá ser aprovado no Congresso antes de 28 de março. Outra possibilidade seria o governo incluir no projeto a alteração dessa exigência. (TG)


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