DO ENVIADO A ASSUNÇÃO

O jipão Toyota Prado do pecuarista e dono de cartório Valter Sâmara desfila pelas ruas de Ponta Grossa (PR) coberto por adesivos da candidatura de Lino Oviedo no Paraguai. Sempre de chapéu de caubói, herança dos anos em que viveu no Texas nos anos 70, Sâmara é um dos maiores apoiadores de Oviedo no Brasil, mas nega doar dinheiro para sua campanha.
Presidente do PTB de sua cidade, ele se diz "irmão" do presidente Lula e conta que pretende comprar uma fazenda no Paraguai -mas só se Oviedo ganhar. (FV)

 

FOLHA - Como o sr. conheceu o general Oviedo?
VALTER SÂMARA - Quando ele esteve exilado no Brasil, fizemos uma amizade muito grande. Ele foi meu hóspede, hoje as famílias são amigas. Quando ele foi se entregar no Paraguai [em 2004], fomos com ele no avião. Tenho certeza de que ele é o melhor candidato para o Brasil, é um estadista, não é louco como aquele bispo.

FOLHA - Qual a sua participação na campanha dele?
SÂMARA - Tenho amigos brasiguaios que têm interesse em investir no Paraguai, mas não confiam no governo atual e nem no Lugo.

FOLHA - Mas como o sr entra na campanha?
SÂMARA - Eu vou lá no Paraguai, falo para alguns amigos quem é o Lino. Mas não me meto muito não, não posso, é um absurdo o que o Requião fez [o secretário de Comunicação do Paraná atua na campanha de Lugo, mas diz que o faz em caráter pessoal e nega uso de recursos públicos]. Eu faço tudo com meus recursos.

FOLHA - O sr. contribui financeiramente com a campanha?
SÂMARA - Não, o próprio Lino não vai aceitar. Eu não dei nem ele me pediu. Mas se fosse possível fazer uma doação para ele sem me intrometer nas coisa do Paraguai, faria (...) como fiz com o Lula.

FOLHA - Qual a sua relação com o presidente Lula?
SÂMARA - É meu irmão, meu grande amigo, uma pessoa que admiro e com quem converso muito. Antes de ser presidente, ele se se hospedou muito em meu sítio em Morretes, em minha fazenda em Goiás e em minha casa em Ponta Grossa.

FOLHA - E quem Lula apóia?
SÂMARA - Ele tem posição de estadista, não vai se envolver. Mas Oviedo ficou 1h30min com ele reunido em Brasília.


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